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Loteamento turístico em Benagil obtém Declaração de Impacte Ambiental desfavorável

O Núcleo de Desenvolvimento Turístico Nascente da Unidade de Planeamento n.º 11 (UP11) de Lagoa, projeto de loteamento turístico previsto para uma área próxima das praias de Benagil e da Marinha, a cerca de 300 metros da linha da costa, obteve um parecer desfavorável da Comissão de Avaliação do estudo de impacte ambiental (EIA).

Este projeto de urbanização tinha como objetivo a«construção de um hotel, um hotel-apartamentos e um aldeamento turístico, num total de 1279 camas, e implicaria um aumento em quase cinco vezes o atual volume de tráfego rodoviário naquela zona do litoral do concelho de Lagoa», de acordo com a Comissão de Coordenação e Desenvolvimento Regional do Algarve (CCDR Algarve), que preside a Comissão de Avaliação do EIA.

A conclusão é que o «projeto induziria impactes negativos muito significativos e não minimizáveis, consequência da sua não integração no padrão de ocupação do solo e do relevante aumento da pressão humana sobre este importante e sensível troço costeiro, afetando toda a linha de costa entre a praia do Carvalho e a Senhora da Rocha, aonde a capacidade de carga das praias, face aos atuais padrões de procura, se encontra esgotada», explica.

A avaliação levou à emissão de uma Declaração de Impacte Ambiental desfavorável, sendo que no documento são explicitados «importantes impactes negativos decorrentes da forte intrusão visual que o empreendimento iria provocar numa das zonas do Algarve que preserva os traços originais da paisagem costeira regional, cuja artificialização não se afigura justificada e cuja preservação se impõe igualmente face às atuais exigências ambientais e climáticas».

Na mesma nota informativa lê-se que «a ser concretizado [o projeto], seria de prever que os impactes do empreendimento teriam repercussão negativa sobre a biodiversidade atendendo a que a localização em causa integra a área geográfica de distribuição natural da espécie ‘Linaria algarviana’».  Mais informa que esta é uma «espécie fortemente pressionada, exclusiva do Barlavento Algarvio e detentora de estatuto legal de proteção, sendo em área contígua à da UP11 que ocorre um dos seus núcleos populacionais mais representativos».

Este estudo encontra-se disponível aqui, no portal Participa, para consulta pública.

 

 

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