Caldeirada de cabrito à Serra d’Arga
Ingredientes: 1kg de cabrito (peito e pescoço), sal e pimenta q.b., 1 colher (de chá) com colorau, 50g de margarina, 350g de cebolas, 2 dentes de alho, 1 raminho de salsa, 2 folhas de louro, 1 pimento verde, 80g de chouriço, 400g de tomate (limpo de peles e grainhas), 1 colher (de café) de açafrão, 3,5dl de vinho branco, 1,5dl de azeite, piri-piri e 1,5kg de batatas.
I
Em pedaços, pequeninos, é cortado,
Depois, com vinho branco o vai regar,
Com sal e pimenta, é temperado,
E deixe-o algum tempo a repousar.
II
As batatas, assim que descascadas,
Tal como as cebolas devem ser,
Em rodelas, ambas, são cortadas,
E, em espera, pouco tempo as irá ter.
III
Os alhos, em lâminas já feitos,
O pimento, em tirinhas já cortado,
Também fazem parte dos eleitos,
Para um sucesso já esperado.
IV
Há um pormenor que nos escapou,
Quanto às batatas já cortadas,
Pois que, com colorau as polvilhou
E foram com o sal salpicadas.
V
Em margarina, já ao lume
Os pedaços de carne vai passar,
Mexa sempre, como de costume,
No tempo que baste p’ra alourar.
VI
Num tacho que, de barro, é bem melhor,
(Não sofre de capricho, a preferência!)
A caldeirada ganha no sabor,
Ficando com o cunho de excelência.
VII
Na camada que por baixo vai ficar,
A cebola, por direito, é a primeira,
Alhos e louro lhe vai juntar,
E o pimento da mesma maneira.
VIII
As batatas, são as próximas a entrar,
Seguidas da carne já tostada,
E o tomate que aí tinha a aguardar,
Irá, então, por último, dar entrada.
IX
Se o tacho for de dimensão menor,
Mantenha a sequência das camadas,
Rodelas de chouriço lá vai pôr,
Assim que estejam todas colocadas.
X
Por cima do chouriço, vai espalhar,
O piri-piri mais o açafrão,
E, por último, o vinho vai deitar,
E o azeite (se puder) de selecção.
XI
Quarenta minutos, por aí,
P’ra cozer, em lume moderado,
Mas, a última palavra vem de si,
Pelo que terá de ser provado.
XII
Rectificados que foram os temperos,
A tarefa dê por terminada,
E para confirmar os seus esmeros,
Sirva com a salsa bem picada.