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Produtores de Batata-Doce de Aljezur questionam sobre racionamento da água da barragem de Santa Clara

A Associação de Produtores de Batata-Doce de Aljezur enviou uma carta ao ministro do Ambiente e à ministra da Agricultura a questionar como é que vai ser feita a distribuição da água da barragem de Santa Clara de forma a que os pequenos agricultores com culturas temporárias não saiam prejudicados.

“Conhecida a problemática atinente à escassez de água, esta associação estava convicta de que os sacrifícios a impor ao consumo de água seriam divididos de forma igual por todos. No entanto, correm notícias de que a próxima campanha de rega vai obrigar a explorar a barragem de Santa Clara até à cota 102 e que a distribuição da água será apenas para consumo doméstico e para as culturas permanentes onde se incluem, agora, culturas que antes eram consideradas temporárias, como é o caso das framboesas”, sublinha a Associação de Produtores de Batata-Doce de Aljezur na carta que foi também enviada às redações.

Atendendo a esta situação, a associação questiona o Governo como é que vai ser gerido, efetivamente, o racionamento da água da barragem de Santa Clara, neste ano, e se haverá ou não culturas e beneficiários prioritários. Também mostra preocupação quanto aos pequenos e médios agricultores e à agricultura familiar, indagando como serão estes contemplados na próxima campanha de rega. Relativamente ainda à barragem de Santa Clara, a associação questiona se existe algum plano de reforço de abastecimento, nomeadamente através da barragem do Alqueva, e e se também há algum plano para dar resposta às pessoas, nos concelhos de Aljezur e Odemira, caso a barragem de Santa Clara deixe de fornecer água para a agricultura.

A batata-doce de Aljezur é uma “marca de prestígio associada ao concelho” que, a par da laranja do Algarve, é o único produto agrícola que, no sul do país, beneficia de proteção ao abrigo de Indicação Geográfica Protegida, nota a associação. E a sua produção desenvolve-se, quase na totalidade, no Perímetro de Rega do Mira, o qual “carece de rega para o seu desenvolvimento, sob pena desta cultura emblemática correr o risco de se perder”.

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