Economia do Algarve cresceu 3,3% em 2023 e elevou PIB, segundo o INE
Apesar das contingências geradas pela pandemia do novo coronavírus terem estado ainda presentes em 2022, a economia do Algarve teve uma significativa recuperação, visível na taxa de variação homóloga do Produto Interno Bruto (PIB), que alcançou 20,7%, depois da forte contração observada nos anos anteriores. As informações são do Instituto Nacional de Estatística (INE).
Os dados preliminares de 2023 apontam para um crescimento real de 3,3% face a 2022, superior à média nacional (2,5%), o que permitiu um reforço do contributo do Algarve para o PIB nacional, que passou a 4,92%.
Isso se deve principalmente ao desempenho positivo observado no ramo do “comércio, transportes e armazenagem e alojamento e restauração”, que representa 41% do Valor Acrescentado Bruto (VAB) gerado pela economia algarvia, o qual ascendeu a 11.434 milhões de euros em 2023, correspondendo a uma taxa de variação de 10,3%, igual à registada no País.
Publicação do Eurostat do passado dia 11 destaca que a subida no crescimento real apenas foi igualmente registada na Grande Lisboa. Na vizinha Andaluzia, foi de 2,4%. O crescimento pode ser explicado pela retoma de uma certa “normalidade” após o período da pandemia. O PIB per capita da região do Algarve evoluiu de 25,3 mil euros, em 2022, para 27,3 mil euros em 2023.
Relativamente ao trabalho, se tínhamos assistido em 2022 a um aumento significativo do emprego total, em 2023 a evolução foi pouco expressiva. De acordo com os dados agora publicados, contabilizavam-se 255,8 mil indivíduos empregados no Algarve, mais mil do que em período homólogo, traduzindo um crescimento de 0,4%, inferior ao registado no País (1%).
A informação disponibilizada corresponde a uma nova série de dados que resulta da alteração da base de referência das contas nacionais, que passou a ser 2021, e também da alteração da geografia da Nomenclatura Comum das Unidades Territoriais Estatísticas (Nuts).
Investimentos
Uma série de investimentos deve, adicionalmente, beneficiar a economia algarvia nos próximos anos.
O programa regional Algarve 2030, nomeadamente, abriu um aviso de candidatura para financiar em 60% investimentos das Instituições Particulares de Solidariedade Social (IPSS) e Misericórdias na promoção da eficiência energética e na redução das emissões de gases com efeito de estufa.
A dotação é de 2 milhões de euros e as candidaturas ficarão abertas até ao próximo dia 3 de abril. A meta é promover um parque edificado de elevado desempenho energético e de baixo carbono.
De acordo com o relatório sobre o estado da União da Energia divulgado pela Comissão Europeia no dia 11 de setembro de 2024, Portugal e Espanha eram, em 2023, os países da União Europeia (UE) com percentagem mais elevada de pobreza energética (20,8%).
Além disso, o Algarve 2030 abriu concurso para apoiar ações em copromoção para investimento integrado em investigação, desenvolvimento e inovação empresarial. A dotação global é de 3 milhões de euros, podendo a taxa máxima do financiamento ir até 80% para projetos corporativos que contemplem planos nas citadas áreas.
O aviso é destinado a incentivar empresas do Algarve a realizar investimentos como a criação de um estabelecimento, o aumento da capacidade de um local já existente ou a diversificação da produção. As candidaturas da primeira fase desse concurso encontram-se abertas até ao próximo dia 30 de maio, às 18h.

Por fim, foi lançado o aviso-convite para apresentação do plano de ação da operacionalização de cada uma das estratégias das Intervenção Territorial Integrada (ITI) de Redes Urbanas Pré-qualificadas na Região do Algarve, previstas no acordo entre a UE e Portugal (veja na imagem abaixo).
O aviso refere-se à segunda fase do processo – estruturação técnica, financeira e institucional detalhada das intervenções a realizar. No caso do Algarve, a dotação é de 9,5 milhões de euros de fundos europeus. A submissão decorre até ao próximo dia 28.
