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Debate sobre gestão florestal promovido pela Forestis alertou para a falta de mecanismos e financiamento

A Forestis – Associação Florestal de Portugal promoveu no Monchique Resort & Spa, no passado dia 13 de Junho, um debate sobre o futuro da Floresta e da paisagem do Algarve onde se verificou unanimidade pela defesa de uma gestão florestal mais ativa e resiliente e foi elencada a necessidade de se reforçar o investimento na prevenção do risco de incêndios. “O encontro serviu de plataforma para troca de conhecimentos e identificação de soluções para os principais desafios que o setor enfrenta nesta região”, diz a Forestis em comunicado.

“A Floresta na região do Algarve é um património e um ativo ecológico reconhecido e enaltecido pelas populações que a encaram como um recurso económico, que valoriza e desenvolve a região. A nova geração de Instrumentos de Gestão e Ordenamento do Território veio trazer constrangimentos que urge ultrapassar. A auscultação aos agentes foi deficiente, facto que contribuiu para que o trabalho técnico desenvolvido não esteja refletido no plano em implementação”, refere a associação. Fazendo uma retrospetiva das temáticas abordadas na sessão, continua a Forestis, “foi unânime o entendimento de que as Zonas de Intervenção Florestal devem ser encaradas como a coluna vertebral da intervenção no território”. Se hoje não existem mais resultados a apresentar, deve-se às “políticas titubeantes e à interrupção do financiamento”, sendo que “foi este modelo organizacional que mais resultados produziu, sabendo-se que existem cerca de 2 milhões de hectares associados em ZIF”.

Segundo a associação florestal, importa revisitar o PRGP aumentando a auscultação e integrando mais o sentir das populações, dos agentes económicos e das autoridades locais, designadamente as autarquias, que assumem um papel fulcral em matéria de proteção civil e desenvolvimento económico do meio rural. Os municípios e associações florestais reclamam maior articulação entre os diversos planos territoriais, para que as opções sejam mais transparentes e menos burocráticas, para os produtores florestais e agentes económicos que pretendam investir.

É urgente que os condicionalismos criados pelo PRGP Monchique Silves sejam ultrapassados, nota ainda a Forestis, até porque se constata uma tendência para o aumento de incultos e matos em detrimento da Floresta de Produção, com o inerente aumento do risco de incêndio. Por sua vez, a The Navigator Company divulgou dados preocupantes sobre o impacto do PRGP, que apontam para a diminuição na instalação de nova floresta produtiva e o aumento de áreas improdutivas, destacando que entre 2018 e 2022, a área florestal sem intervenção ronda os 72%. Por outro lado, regista-se que o Algarve apresenta uma forte cobertura associativa. As Associações de Produtores promovem um trabalho crucial no apoio à propriedade privada, mas reconhecem que poderiam ir mais além se as políticas fossem mais transparentes e estáveis, bem como se houvesse uma contratualização de médio prazo com o Estado, com indicadores de resultado e avaliação periódica.

Concluiu-se que na região algarvia impera um tecido institucional forte e cooperante em torno da Floresta, contudo regista-se a falta de mecanismos e medidas de financiamento desenhadas para as necessidades especificas do Algarve. A Forestis, entidade promotora do Seminário, foi instada pelos intervenientes a continuar a corporizar iniciativas semelhantes noutros concelhos do Sul do país.

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