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Câmara Municipal de Monchique e Ordem dos Arquitetos assinam protocolo para ajudar pessoas que ficaram sem casa no incêndio de 2018

Na sequência do incêndio de agosto de 2018 foi assinado, no passado dia 5 de novembro, entre a Câmara Municipal de Monchique e a Ordem dos Arquitetos um protocolo que prevê a criação de uma bolsa de profissionais voluntários, de onde as pessoas possam ir buscar ajuda para a elaboração do projeto da habitação ardida.

Esta é «a primeira vez que o programa de profissionais voluntários, criado pela Ordem dos Arquitetos, intervém para ajudar na elaboração dos projetos para a reconstrução e melhoria de habitações em zonas afetadas pelos fogos», adiantou Paula Torgal, presidente da secção do sul da Ordem.

Os arquitetos vão estar disponíveis «para ajudar as populações e quando houver recursos para pagar às equipas, estas têm de ser remuneradas». No entanto, «as situações vão ser analisadas caso a caso», garante Paula Torgal, até porque o IHRU (Instituto da Habitação e da Reabilitação Urbana), que gere o programa Porta de Entrada, tem verba para a elaboração de projetos.

Apesar do protocolo ter sido assinado mais de um ano depois do incêndio, Rui André, presidente da Câmara Municipal de Monchique, esclareceu que o apoio desta classe e de outras, como a dos engenheiros, «começou a ser dado pouco tempo depois dos incêndios, mas só agora foi oficializado», acrescentando que esta é uma ajuda importante «na reconstrução», aproveitando-se a oportunidade para «dotar as habitações de maiores condições de conforto».

Atualmente, o concelho de Monchique tem 15 habitações «com processos pendentes de reconstrução» e «seis em que os projetos estão mais atrasados e que poderemos ter de ser nós a liderá-los», admitiu o edil monchiquense. O processo de reconstrução das habitações «torna-se difícil pelo território e pelas características do concelho. Apesar de a autarquia não gerir dinheiro ou fundos, há casos em que sentimos a necessidade de liderar os procedimentos».

Contudo, Rui André garante que «o processo está a decorrer com normalidade, mas esperava que fosse mais rápido» e confessa que isso poderá dever-se a uma certa «dormência associada à catástrofe que se abateu sobre nós». Todavia, acredita que todos os processos de candidatura darão entrada no IHRU até final deste ano e que em agosto de 2020 a totalidade das casas estará reconstruída.

 

Concurso para casa resiliente ao fogo
Na mesma cerimónia Rui André anunciou que «a Câmara Municipal de Monchique, em conjunto com a Ordem dos Arquitetos, está a preparar um concurso público para pôr a criatividade dos arquitetos a trabalhar, para que possam criar uma casa que mostre como se pode viver no território florestal e rural com conforto e segurança». Esta será uma proposta de uma «casa resiliente ao fogo». «Monchique quer ser um concelho pioneiro neste aspeto», garantiu o autarca.

Segundo Pedro Hébil, vogal da direção da secção do Sul da Ordem, e também presente na assinatura do protocolo, uma habitação que resista ao fogo «pode permitir que as pessoas, para se protegerem, possam ficar dentro dela, em vez de saírem».

O concurso, que será promovido pela Ordem dos Arquitetos, deverá ser tornado público até ao final do ano de 2019.

 

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