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O céu de Janeiro de 2019

A presença da Lua ligeiramente à direita de Vénus sinaliza o final da primeira madrugada do ano. Na madrugada seguinte, a Lua terá passado para a esquerda deste planeta.

Por estes dias Saturno está em conjunção com o Sol, i.e. na sua direção, só sendo possível observa-lo ao amanhecer até cerca do ultimo terço do mês. Ao invés disso Mercúrio só será visto ao amanhecer durante o primeiro terço de janeiro.

Na madrugada de dia 3, iremos encontrar a Lua ligeiramente a norte de Júpiter. Neste mesmo dia a Terra atinge o ponto da sua órbita mais próxima do Sol: o periélio. Apesar disso, como o Hemisfério Norte está voltado na direção oposta à do Sol, em Portugal estes dias são mais curtos e frios do que durante na fase de maior afastamento.

Uma madrugada depois, dar-se-á o pico de atividade da chuva de meteoros das Quadrântidas. Estes restos do antigo cometa 2003 EH1 parecerão irradiar de uma parte do céu (o radiante) que pertencia à constelação Quadrans Muralis. Esta constelação não aparece nas cartas do céu modernas. Ao invés disso podemos usar a constelação do Boieiro como referência. Em condições de observação ideais seria possível observar quatro dezenas de meteoros por hora. Infelizmente a proliferação de fontes de poluição luminosa um pouco por todo o lado terá um grande impacto sobre o número de objetos que realmente serão observados.

A Lua Nova chegará na madrugada de dia 6. A passagem da Lua em frente do Sol dará lugar a um eclipse solar parcial que apenas será visível no Nordeste Asiático e no norte do Oceano Pacífico. O planeta Vénus atingirá a sua maior elongação (i.e., afastamento) para oeste relativamente ao Sol nessa mesma madrugada.

Ao início da noite de dia 12, a Lua será vista ligeiramente a sul de Marte, planeta que por esta altura se situa na constelação dos Peixes. Dois dias depois terá lugar o quarto crescente. A seu turno, na noite de dia 17, a Lua já estará junto a Aldebarã, o olho da constelação do Touro.

A Lua cheia na madrugada dia 21 dará origem a um eclipse lunar com início às 2 horas 35 minutos (hora continental) e máximo às 5 horas e 12 minutos. Este evento terminará muito perto do raiar da aurora. Por ocorrer poucas horas antes da Lua atingir o seu perigeu (ponto da órbita de maior aproximação à Terra) esta efeméride irá coincidir com uma Super Lua.

Na madrugada de dia 23, a Lua situar-se-á ao pé de Régulo, o coração do Leão. Já aquando do quarto minguante de dia 27, a Lua será vista ao lado da estrela Espiga da constelação da Virgem.

 Ao final da noite de dia 30 para 31 iremos encontrar a Lua junto aos planetas Júpiter e Vénus. Mas enquanto ao início do mês o cruzamento entre a Lua e Vénus deu-se na constelação da Balança, por esta altura já terão passado pela constelação do Escorpião.

Boas observações!

© 2018 – Ciência na Imprensa Regional / Ciência Viva
Frenando B. Figueiredo
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