O 11 do JDM
Discurso proferido pelo presidente da Direção na sessão solene de tomada de posse dos órgãos sociais para o novo mandato correspondente ao biénio 2016-2018
Ilustres convidados
Prezados consócios
Prezados antigos e novos dirigentes
Minhas senhoras e meus senhores
Neste ato solene em que tomam posse os associados eleitos para um novo mandato e em que são instalados os órgãos sociais para gerir esta coletividade durante o biénio que ora se inicia, cumpre-nos dirigir uma palavra ao plenário, bem como a toda a comunidade associativa e à população do território onde estamos instalados e que tanto nos honra representar há tantos anos quantos os anos que se contam desde a nossa fundação, em 1963.
O momento que aqui presenciamos representa o fecho de um ciclo e o lançamento de um novo; nele se marca a saída de alguns protagonistas compensada pela entrada de novos elementos, todos, com um propósito inequívoco: prestar um serviço ao clube, a todos aqueles que integramos na nossa dinâmica, ao movimento associativo e à comunidade.
Queremos, portanto, dirigir uma palavra de apreço e de gratidão àqueles que, por força das circunstâncias pessoais ou profissionais, se veem hoje na condição de ‘fim-de-ciclo’ ou de término do exercício de funções dirigentes. Agradecemos a sua disponibilidade, a sua entrega a esta casa e a esta causa e todo o tempo que despenderam ao JDM, abnegadamente e tantas vezes em prejuízo próprio. Queremos enfatizar na pessoa do até hoje vice-presidente Rui Inácio que nos últimos anos assumiu a difícil pasta de seniores em futebol 11 (que nos representou em campeonatos marcados pela desigualdade e onde se sentiu bem a nossa condição periférica e problemática da interioridade). Mas também não podemos deixar de dirigir uma palavra ao sócio António Silvestre Nunes que há quase três décadas tem sido protagonista efetivo em cargos dirigentes (vice-presidente e presidente da Direção; secretário, vice-presidente e presidente da Assembleia Geral) e que hoje dirigiu esta sessão em que empossou e mandatou os novos dirigentes. Aos dois e a todos aqueles que hoje deixam funções de primeira linha deixamos o nosso sincero agradecimento.
Mas é igualmente de apreço e de gratidão a palavra que dirijo àqueles que hoje ingressam de novo ou mais uma vez para funções dirigentes de primeira linha, pela sua disponibilidade e pela sua vontade de dar um contributo para juntos alcançarmos objetivos coletivos, e, naturalmente em prol da comunidade.
Com a equipa multidisciplinar, que hoje tomou posse, estamos cientes de que serão absolutamente relevantes as ideias, o trabalho e os resultados que alcançaremos, sempre no estrito cumprimento dos objetivos estatutários e da missão estratégica, e responsabilidade coletiva, de «Promover o Desporto em Monchique».
Importa pois lembrar que tal como a nossa dinâmica não se esgota no futebol – modalidade que assumimos o compromisso de manter há 53 anos no concelho e a representar o concelho em provas oficiais –, também a dinâmica do clube e a sua existência não se circunscreve aos órgãos sociais e aos seus membros. A toda a comunidade associativa diz respeito: técnicos, trabalhadores, colaboradores, parceiros, atletas, sócios e respetivas famílias. A existência do Jota Dê Éme, do Jê Dê Mê, do Clube da Bola, do Monchiquense importa a todos, tal como a sua manutenção, o seu desenvolvimento e o seu sucesso a todos respeita e a todos convoca. Acresce que, por sermos a coletividade desportiva, cultural e recreativa mais antiga do concelho em funcionamento e com atividade ininterrupta, não apenas chamados a esta causa aqueles que têm cartão de sócio, quotas pagas ou uma qualquer função ou elo ao clube. Toda a comunidade é chamada. Toda a comunidade está convocada. O Monchiquense rima com Monchique e vice-versa.
Minhas senhoras e meus senhores
Já o afirmámos noutras oportunidades. Cremos que todo aquele que adere ao movimento associativo e assume funções diretivas entrega-se à causa e defende-a de forma desinteressada e abnegada. Dão o melhor de si e fazem o melhor que sabem. Assim é desde sempre.
Acreditamos que todos aqueles que nos antecederam também o fizeram. Da melhor forma que sabiam, que podiam fazer e com as condições que tinham no momento. Não obstante, aos nossos olhos, no momento em que iniciámos funções e hoje, algumas decisões poderiam ter sido tomadas de forma diferente. Poder-se-ia ter optado por outros caminhos.
Neste sentido, nos últimos oito anos imprimimos algumas modificações adaptando o clube ao contexto onde está inserido, aos novos tempos e aos novos desafios. São oito anos com muitas vitórias. Controlámos a despesa, regularizamos compromissos, melhorámos a imagem institucional junto dos parceiros e da comunidade. Alterámos estatutos, criámos novas normas de funcionamento, criámos novos procedimentos, reorganizámos a estrutura, melhorámos e aumentamos a nossa dinâmica no futebol, mas também criámos respostas para públicos não abrangidos e diversificámos a oferta desportiva no concelho. De novos e modernos métodos do pagamento da quotização, por exemplo, até à forma como nos relacionamos com os demais agentes desportivos, autoridades e parceiros ligados à nossa dinâmica, mudámos imenso e mudámos para melhor. Assim nos dizem. Assim nos felicitam.
Este quadro trouxe-nos, como afirmamos, muitas vitórias. Destas destacamos uma que nos enche de orgulho: o Estado Português reconheceu a nossa existência e atividade como de interesse e utilidade pública.
São estes feitos e todo o património de mais de meio século que trazemos e que nos exigem a verticalidade e prosseguir com determinação mesmo quando começamos a acusar alguma fadiga de «remar contra maré», de gerir dificuldades, de ser confrontados com questiúnculas inexplicáveis que nos atiram pedras ao caminho que não é individual é coletivo. Pedras que não estragam um par de sapatos mas imensos pares de calçado tão diverso quanto uma comunidade inteira e os seus descendentes. Determinação que assumimos em nome daqueles que agregamos nas nossas atividades, em nome das suas famílias e da comunidade. Permitimo-nos salientar que as vezes aquela fadiga associada à incapacidade de perceber porque se fecham portas, se travam desafios e se impede o sucesso coletivo, trazem-nos à condição de que desistir seria mais fácil e nos traria maior descanso pessoal, mas também que se o permitíssemos estaríamos a colaborar com o fecho de uma porta que uma vez fechada, nunca mais abriria ou não estivéssemos nós num território periférico e marcado fortemente pela interioridade. É preciso combater estes contratempos e vencer os velhos deste Restelo.
Minhas senhoras e meus senhores
E neste ponto que nos encontramos. Ao abrirmos este novo ciclo temos a responsabilidade de prosseguir este rumo, com firmeza e com coragem, continuar a reorganização interna e a adaptação aos novos tempos e novos desafios, continuar a melhorar aquilo que fazemos desde a fundação, continuar a melhorar os eventos periódicos que introduzimos no calendário e no território, continuar na aposta de diversificar a oferta desportiva e de criar respostas para públicos não abrangidos.
Mas este novo ciclo que ora se inicia também deverá incidir noutros pontos de absoluta importância. E imprescindível resolver questões que se arrastam inexplicavelmente há anos e anos. Não faz qualquer sentido o clube ser proprietário de um parque desportivo que a si lhe foi doado só para as questões das despesas, dos custos, dos prejuízos. Não podemos ser apenas donos do que é nosso para pagar. Não podemos ser apenas donos para pagar as despesas com energia, com a manutenção e reparação dos sistemas de rega e de iluminação. Temos que ser – tal como foi a vontade do malogrado senhor António Mascarenhas – proprietários de pleno direito. Donos também para os proveitos. Donos para que possamos candidatar-nos a fundos disponíveis. Donos para que possamos substituir a relva sintética, criar novos balneários, construir uma bancada, instalações sanitárias e um bar de apoio ao complexo desportivo atribuindo-lhe uma coisa: dignidade e condições mínimas de dignidade para quem utiliza o espaço como atleta, como técnico, como espetador. Temos os projetos. Temos os orçamentos. Sabemos onde estão os fundos e já apresentamos candidaturas. Só nos falta ser efetivamente donos do que é nosso. Só falta o município cumprir um compromisso que assumiu com o clube há 10 anos e uma deliberação que a própria câmara municipal tomou em agosto de 2007.
Mas os novos desafios não se fecham apenas neste ponto. É preciso, por exemplo, que contratos-programa, protocolos de cooperação, acordos de parceria de âmbito anual sejam assinados e executados em Janeiro e não no último trimestre, evitando que em face da arrecadação tardia da receita não sejamos confrontados com acréscimos, juros e moras na despesa.
O novo mandato é um novo ciclo em que é preciso abrir portas, criar sinergias, convergir no interesse e nos objetivos coletivos e projetar o futuro sempre no propósito de promover o Desporto em
Monchique e de deixar o mundo um pouco melhor do que o encontrámos.
Viva o Monchiquense!
Muito obrigado.