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Portimão fica sem recolha de lixo durante quatro dias devido a greve na EMARP

Os trabalhadores responsáveis pela recolha de lixo indiferenciado e higiene urbana de Portimão estão em greve a partir de hoje, dia 4, até 7 de Agosto, exigindo “a reposição das 35 horas semanais de trabalho, a eliminação do ‘banco de horas’ e a melhoria das condições de trabalho”, segundo o comunicado publicado pelo Sindicato Nacional dos Trabalhadores da Administração Local e Regional (STAL).

Dado que se trata de uma profissão que presta “serviços essenciais às populações, garantindo a saúde pública e um ambiente de qualidade do espaço público”, os trabalhadores defendem ser “imperativo combater a exploração, a precariedade laboral e a deterioração das condições de trabalho e valorizar as profissões e respeitar as funções”. Pedem, por isso, medidas imediatas para valorizar os salários, mais precisamente a revisão da tabela salarial, a atualização do Subsídio de Insalubridade, Penosidade e Risco e a recuperação do tempo de serviço.

Perante esta greve, aponta o sindicato, a administração da EMARP tem a “responsabilidade de encetar negociações sérias e há muito tempo reivindicadas pelo STAL e pelos trabalhadores, que estão cientes do impacto negativo desta paralisação, mas que é única e exclusivamente responsabilidade da administração da empresa e da Câmara Municipal de Portimão, detentora de 100% do capital da empresa”. Embora tenha conhecimento das dificuldades enfrentadas pelos trabalhadores, cujo poder de compra se tem vindo a deteriorar, de forma mais acentuada, a partir de 2022, o Município tem demonstrado “uma atitude passiva e despreocupada”, acusa ainda o sindicato.

A EMARP, por seu lado, publicou uma nota de imprensa a “lamentar” a situação vivida em Portimão atualmente, marcada por “ilhas ecológicas com os contentores destinados à separação seletiva dos fluxos recicláveis (…) a transbordar”. Contudo, esclarece a entidade, quem está por trás desta situação é a ALGAR, que é a responsável pela recolha seletiva dos Resíduos Recicláveis na região algarvia.  No âmbito da recolha de lixo, a EMARP só está encarregue de recolher os Resíduos Urbanos Indiferenciados e Orgânicos, um “desígnio que tem sido cumprido”, garante, destacando ainda que não contratou a ALGAR, pelo que não tem qualquer “poder de influência no que diz respeito à operação dessa empresa”.

Além da recolha, tratamento e deposição de resíduos urbanos, a EMARP também é responsável pela limpeza e higiene pública no município de Portimão, recorda o sindicato dos trabalhadores em greve. Bem como pelos sistemas públicos de captação, tratamento e distribuição de água e dos sistemas de saneamento de águas residuais, pela gestão e fiscalização da atividade publicitária e a ocupação de via pública, pelo sistema de estacionamento público urbano, além de prestar ainda apoio à operação de equipamentos coletivos e prestação de serviços nas áreas da educação, ação social e cultura. Em 2022, a empresa registou um volume de negócios de cerca de 30 milhões de euros e obteve um resultado líquido de 2 milhões de euros, aponta o sindicato.

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