Petição à Assembleia da República visa conservar carvalhos autóctones
Investigadores e biólogos lançaram, em junho, uma petição dirigida à Assembleia da República pela conservação dos carvalhos autóctones portugueses, como o carvalho-de-monchique (Quercus canariensis). Entre os signatários, está a bastonária da Ordem dos Biólogos, Maria de Jesus da Silva Fernandes.
A espécie citada foi incluída no documento “em toda a sua área de distribuição, que inclui maioritariamente as serras do Barlavento Algarvio (Monchique e Caldeirão), do Sudoeste Alentejano (Carqueja e Odemira), Bacia do Rio Mira, e ribeiras de Aljezur e Algarve, pela sua raridade e estatuto de ameaça UICN [União Internacional para Conservação da Natureza] segunda a lista vermelha da Flora de Portugal (CR-Criticamente em Perigo)”.
Os peticionários mencionam “a urgente necessidade de criação de um enquadramento legal que assegure a proteção efetiva dos carvalhos autóctones portugueses e das formações florestais naturais onde estes se inserem”.
“A degradação e desaparecimento progressivo dos carvalhais — habitats únicos e de elevado valor ecológico, climático, paisagístico e cultural — resulta da ausência de legislação nacional específica, que permita salvaguardar estes ecossistemas singulares da pressão crescente sobre o uso do solo, do corte indiscriminado, da expansão de monoculturas e da proliferação de espécies exóticas invasoras”, prossegue a petição.
Assim, os profissionais pedem o reconhecimento legal da importância ecológica e biogeográfica das espécies; a criação de critérios técnicos claros para a sua proteção, conservação e restauro; a implementação de mecanismos de compensação, incentivo e apoio à conservação em propriedades privadas e públicas e a valorização do arvoredo isolado e das florestas climácicas com importância ecológica, genética e patrimonial.