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Jorge Carrilho apresenta os seus “48 anos na Música” em Lagoa (contém reportagem exclusiva com o músico)

O Auditório Carlos do Carmo será palco da celebração de Jorge Carrilho e dos seus 48 Anos na Música, com um concerto no próximo dia 6 de abril, pelas 21h00, que “contará com convidados especiais para uma noite de música e emoção”, garante o Município de Lagoa.

“Este concerto promete ser uma noite mágica, cheia de músicas icónicas e uma homenagem emocionante ao Jorge. Ele pode ter tocado com alguns dos maiores nomes da música, mas ainda é um dos músicos mais humildes e dedicados conhecidos no Algarve. Com anos de experiência na estrada, este músico é uma verdadeira lenda viva. Mesmo assim, nunca perdeu a sua humildade e paixão pela música”, assegura a mesma fonte.

Os bilhetes para este espetáculo custam 5€ (20% desconto c/ passaporte cultural, cartão Lagoa Social ou Passaporte Rota do Petisco 2022, disponível nas bilheteiras do Município de Lagoa) e já se encontram à venda em: https://cmlagoa.bol.pt/ e nas bilheteiras dos CTT, da Fnac, Worten, Auditório Carlos do Carmo, Centro Cultural Convento de S. José e Balcão Único da Câmara Municipal de Lagoa.

Jorge Carrilho lança dois discos

(Reportagem publicada na edição n.º 469 do Jornal de Monchique)

“Os 48 anos na música de Jorge Carrilho é um disco onde eu mostro as minhas virtudes e os meus defeitos”. O “Ensemble 17 celebra o trabalho desenvolvido com o pianista, compositor e arranjador, Pedro Calquinha”

Jorge Carrilho, que vive em Monchique há 37 anos, lançou dois EP’s de seis temas cada um. Um deles, de covers, “são músicas que eu cresci a ouvir e na altura que comecei a tocar eram músicas que estavam muito na berra”, explica o baterista. Assim, “os 48 anos na música de Jorge Carrilho é um disco onde eu mostro as minhas virtudes e os meus defeitos. É um disco biográfico, porque foi nisto que eu fui criado. Cresci dentro da música com estas sonoridades”.

O outro, intitulado, Ensemble 17 celebra o trabalho desenvolvido com o pianista, compositor e arranjador, Pedro Calquinha, e tem seis temas originais, que foram criados “numa composição conjunta”. “São músicas que não são convencionais”, acrescenta. “Os originais já estavam planeados há uns 2 ou 3 anos, começámos a estruturar durante a pandemia e no espaço de 11 meses fizemos 12 temas”, completa.

Como acompanhamento está uma “Orquestra Fantasma” composta “na sua maioria por pessoas da minha terra [Tavira], com quem comecei a tocar e que hoje são professores nos conservatórios do Porto, de Lisboa”.

As capas vão ao encontro do “meu gosto e do Pedro”, pois “gostamos de coisas psicadélicas, um bocado anos 60”, confessa.

Começou a tocar aos 9 anos na Banda Filarmónica de Tavira, atualmente Banda Musical de Tavira, saxofone-tenor, mas não gostou e passou para a percussão. Depois, foi para a tropa e tocou ainda na Orquestra Ligeira das Boinas Verdes, mas como não gosta de grandes cidades deixou Lisboa e rumou a sul, onde, paralelamente à sua profissão, ingressou em vários projetos como os Cantores de Monchique, tocou com músicos de renome internacional, entre outros. Atualmente, faz da música a sua profissão, tocando em hotéis, restaurantes e casinos, mas deixou os bares por ser um trabalho que vai pela noite dentro e “já não tenho paciência”.

Para o futuro, tem a proposta de ir tocar aos festivais Med 2023 e Som Riscado com o Ensemble 17 e com o quarteto com a pianista Svetlana Bakushina, bem como a intenção de tocar em palcos internacionais em festivais dentro do mesmo género.

Para Jorge Carrilho, durante estes 48 anos de carreira a música tem evoluído, contudo “hoje em dia vejo muito coisa repetida. Vão buscar coisas ao que já está feito, há menos originalidade” e há muitas versões. A música tornou-se “mecânica, as pessoas pegam no computador e ele faz, e isso não é bom”, afirma.

O músico confessa que toca “várias horas por dia”, de forma a estudar “aquilo que vou tocar, que preciso gravar ou então pura e simplesmente aprendo, vou ver coisas que ouço e que acho interessantes e vou estudá-las”. No verão, este trabalho é menos frequente, porque toca todos os dias.

Como agradecimento ao apoio prestado aos dois trabalhos que agora edita, Jorge Carrilho apontou as “câmaras municipais de Portimão, Lagos, Monchique e Lagoa, a família, e o Pedro Calquinha por estes 17 anos de muita loucura, muitos discos que gravámos”.

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