Fonte Santa da Malhada Quente é apresentada em seminário académico
Os “Elementos Hidrogeotérmicos da Fonte Santa da Malhada Quente, Monchique” foram apresentados no passado dia 10 no “1º Seminário Anual De Geotermia: Energia Geotérmica em Portugal – Situação Atual e Desafios para o Futuro” da Universidade da Beira Interior (UBI), na Covilhã.
O seminário foi uma forma de registo e celebração da experiência de 25 anos da UBI em atividades sobre energia geotérmica em São Pedro do Sul, com ações promovidas pelo Departamento de Engenharia Civil e Arquitetura (DECA), pelo Centro de Investigação GeoBioTec e pela Comissão Portuguesa de Geotecnia Ambiental (CPGA), no âmbito do seu Grupo de Trabalho de Geotermia Superficial (GTGS).
A Fonte Santa da Malhada Quente esteve representada por meio de uma comunicação e da apresentação de um pôster. O trabalho é da autoria do professor Luís Ferreira Gomes (GeoBioTec) e do arquiteto monchiquense Carlos Martins Mendes.
“A transição energética e a crescente necessidade de fontes renováveis de energia colocam a energia geotérmica em destaque como uma opção promissora para o desenvolvimento sustentável em Portugal”, diz o arquiteto.
Para ele, o aproveitamento da geotermia tem visto grandes desenvolvimentos ao nível de tecnologia e uma necessidade cada vez maior de independência dos combustíveis fósseis e de importações de energia.
Para além do estabelecimento do contexto atual de desenvolvimento, o seminário incluiu os vários desafios para o futuro relacionados com as aplicações de geotermia em sociedades modernas e descarbonizadas.
Fonte monchiquense
Há a pretensão de criar uma unidade de turismo com espaços aqualúdicos e setores de rega a espaços verdes e árvores de fruto, entre outros itens, onde o aproveitamento geotérmico poderá tornar os projetos mais sustentáveis, quer economicamente, quer ambientalmente, ainda segundo Mendes. “Proporcionando um recurso similar ao atual, mas em maior quantidade e com maior temperatura”, explica.
No pôster, foi exposto que, na zona da Malhada Quente, existe uma ressurgência com um quimismo especial, muito semelhante à água das Caldas de Monchique, e naturalmente quente (28º C). Os elementos disponíveis sobre temperatura em profundidade orientam para uma ordem de grandeza de 101º C, à profundidade de reservatório por volta dos 2.750 m.
“Necessita-se com urgência de uma captação profunda, que ao atingir 1.000 m poderá, segundo os estudos desenvolvidos, obter água a 58º C”, afirma o trabalho. De acordo com os investigadores, resultados positivos podem levar ao engarrafamento, a aproveitamentos em cascata tirando partido da geotermia, ao termalismo clássico e a elementos aqualúdicos, entre outros.
Na celebração do próximo Banho do 29 (em junho de 2026), no Complexo Termal de Banhos Populares da Fonte Santa da Malhada Quente, o conteúdo do trabalho será abordado e exposto à comunidade.