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A marca ‘Saborear o Algarve’ vai certificar uma rede de produtos locais da região

Uma rede de produtores locais do Algarve certificados por uma marca designada por “Saborear o Algarve” é o que se propõe constituir o projeto Revitalgarve, financiado com novecentos mil euros pelo Programa de Recuperação e Resiliência da União Europeia.

O projeto, apresentado em Faro no dia 26 de fevereiro, tem como referência a Dieta Mediterrânica, classificada como Património Cultural Imaterial da Humanidade pela Unesco e irá decorrer durante os próximos dois anos; pretende intervir nas áreas de produção, processamento, distribuição, abastecimento, organização, comercialização e consumo de alimentos na região algarvia, baseado num sistema de produtores organizados em rede e que pela origem dos produtos, qualidade dos mesmos e tecnologia utilizada poderão ser certificados com um selo da marca “Saborear o Algarve”, sendo este uma garantia para os consumidores finais distribuídos pelos canais da hotelaria e restauração, cantinas escolares e públicas, e comércio em geral.

Reunir aquilo que o Algarve melhor sabe produzir

Para se atingirem os objetivos propostos as entidades parceiras do projeto Revitalgarve propõem-se levar a efeito um conjunto de ações que passam por promover o consumo dos produtos de cada estação, aumentar o conhecimento sobre os mesmos, demonstração do valor e da qualidade dos produtos e criação de produtos diferenciados tendo por base os produtos de cada território na região algarvia, sobretudo os da Serra e do Barrocal. São disto exemplo aquilo que o Algarve melhor sabe produzir na fileira dos produtos hortícolas, citrinos, mel, a aguardente de medronho, licores e enchidos, frutos secos (amêndoa, alfarroba e figo), sal, doçaria regional e bebidas, a que se associam alguns produtos da pesca nomeadamente a cavala, que se pretende seja objeto de um melhor aproveitamento culinário. Também em fase de estudos, testes e ensaios estão produtos transformados a partir das raças autóctones Ovelha Churra e Cabra Algarvia, que integrarão também a rede de produtores.

Já são doze os produtores do Algarve interessados em fazer parte da rede em formação e os demais interessados, que deverão ter as suas unidades produtivas sediadas na região e utilizar matérias- primas locais, deverão apresentar um pedido de adesão junto do projeto Revitalgarve, que será analisado por uma comissão e, caso seja aprovado, o beneficiário terá direito a assistência técnica e orientação para o crescimento do seu negócio bem como a ações de capacitação e formação para o incremento do mesmo. Por sua vez, a marca “Saborear o Algarve” dispensará um selo a colocar nos produtos, o que lhes dará visibilidade e será uma garantia de confiança quanto à sua qualidade junto dos consumidores.

Refira-se, por último, que este é considerado um projeto inovador em Portugal e conta com as parcerias da Universidade do Algarve (coordenação), AMAL – Comunidade Intermunicipal do Algarve, Associação Terras do Baixo Guadiana, Associação In Loco, Vicentina – Associação Para o Desenvolvimento do Sudoeste, Escola de Hotelaria e Turismo de Vila Real de Santo António, Centro de Competências para a Dieta Mediterrânica, Direção Geral de Alimentação e Veterinária, Comissão de Coordenação e Desenvolvimento Regional do Algarve – Agricultura e Pescas, Cumeadas – Associação de Proprietários Florestais das Cumeadas do Baixo Guadiana, SAIA- Sociedade Agrícola e Industrial do Algarve e SAVM – Sociedade Agrícola Vargas Madeira.

Publicado, originalmente, na edição impressa do JORNAL DE MONCHIQUE de 28 de fevereiro de 2025

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