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João Matos Fernandes sai “contente e satisfeito” de Monchique e admite que “experiências destas devem ser conhecidas e replicadas”.

O Ministro do Ambiente e da Ação Climática, João Matos Fernandes, visitou hoje, dia 25 de agosto de 2020, o concelho de Monchique no âmbito do bem-estar dos animais de companhia.

A visita começou no Alferce, autarquia que primeiro reuniu as condições para uma ação de vacinação.

O Centro de Recolha Animal de Monchique (Canil Municipal) foi o local que mereceu a visita seguinte. Tem capacidade para sete animais e um espaço cimentado que será usado para recreio dos cães. No local, um grupo de voluntários, todos estrangeiros, responsável pelo cuidado e passeio dos animais recebeu hoje a chave do espaço por parte de Rui André, presidente da Câmara Municipal de Monchique. “Os animais são recolhidos, treinados, e depois vão para adoção. Enquanto aguardam, são recebidos por famílias de acolhimento”, explicou Ana Silva, veterinária da Câmara Municipal de Monchique.

Já Sarah Lang, representante da Associação SOS Animais sem Futuro – polo de Monchique explicou ao Jornal de Monchique que “as adoções de animais de grande porte são as mais difíceis”, mas que no projeto que a associação integra, “a média de tempo para adoção são cerca de 2 a 3 meses”. “Nesta altura do ano”, que muitas pessoas estão de férias, “não há adoções”, refere.

João Matos Fernandes deslocou-se, depois, à Quinta das Alpacas, onde teve oportunidade de alimentar os animais. Atualmente, existem onze alpacas mas, segundo os proprietários, Marilda e Jouri, “dentro de três semanas, se tudo correr bem, serão doze, quando nascer mais um bebé”. De momento, o espaço não está aberto ao público, mas aceitam visitas por marcação. Seguiram-se os abrigos para gatos esterilizados pela autarquia, construídos a partir de máquinas de lavar roupa, situados no Largo de São Sebastião e que permitem uma “interação com utentes do Lar de Idosos que, por vezes, levam uns miminhos para alimentar os animais”, salientou Rui André.

Foi ainda realizada uma paragem rápida para apreciar as obras de Sylvain Bongard, patentes no Largo dos Chorões, e a manhã terminou com uma reunião no edifício dos Paços do Concelho, onde foi apresentado o Programa “Animal Seguro”. Rui André relembrou que o concelho de Monchique “respeita os animais”, o que se constitui como uma “atração do território”, nomeadamente “a cidadãos estrangeiros, que têm uma maneira diferente de olhar os animais”, sendo que o programa “envolve as pessoas, valorizando a sua disponibilidade”.

O edil monchiquense propôs ao ministro que se aplique o trabalho realizado em Monchique a outros concelhos com a criação de “uma unidade móvel” de ajuda aos animais em situações de catástrofe, como foi o incêndio de 2018. No entanto, a veterinária Ana Silva, explica que “tendo em conta os custos de tal equipamento, só se justificaria ter uma unidade a nível regional ou mesmo nacional”.

Na apresentação do programa “Animal Seguro”, Ana Silva, adiantou ainda que vai ser lançada uma “campanha de esterilização gratuita” com o objetivo de, em contrapartida, os donos oferecerem melhores condições aos animais, nomeadamente retirá-los das correntes”.

A veterinária municipal esclareceu, também, que o programa pressupõe “a existência de voluntários, que devem ser escalados e orientados, e que foi inspirado no exemplo da Austrália e dos Estados Unidos da América, após o furação Katrina”.

João Matos Fernandes admitiu uma “felicidade pura por ter estado com os animais” e que sai “contente e satisfeito” de Monchique. Caracterizou o programa como uma “ação completa, complexa e de integração, com bom senso, investimento concreto, que envolve todos num papel ativo para com os animais” e que “experiências destas devem ser conhecidas e replicadas”.

O governante, em declarações finais aos jornalistas, fez um “balanço muito positivo” da sua visita. “Pela parte que me toca, aprendi muito. As questões dos animais de companhia são um problema cuja solução pode, afinal, ser de um enorme bem-estar para todos quantos participam na própria solução, sejam aqueles que têm um papel ativo no cuidar dos animais, no reencaminhá-los, no dar-lhes mais saúde ou no entregá-los a novos donos, seja a quem está no fim da linha a ser feliz e a dar felicidade aos animais”. Considerou o exemplo de Monchique como “muito plural, nas diversas instalações e formas físicas de fazer, mas sobretudo na maneira como integra entidades e pessoas diferentes», nomeadamente a comunidade estrangeira”, conseguindo “unir visões diferentes e todas estas vontades em prol do bem-estar das pessoas, concluiu.

Entrega da chave do Centro de Recolha Animal de Monchique ao grupo de voluntários

José Matos Fernandes admitiu uma “felicidade pura por ter estado com os animais”
Largo de São Sebastião
Esculturas de Sylvain Bongard patentes no Largo dos Chorões
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