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Festival solidário em Lagos junta culturas ucraniana e portuguesa

Pelo segundo ano consecutivo, o festival solidário Felizonda vai juntar as tradições ucraniana e portuguesa, em Lagos, durante quatro dias com concertos, workshops, encontros literários e “intercâmbio cultural”. Promovido pela organização não governamental Aranta – Associação De Apoio À Comunidade Ucraniana Em Portugal, o evento pretende angariar donativos para ajudar um centro de reabilitação de feridos na Ucrânia.

Por sugestão de Roman Grymalyuk, que reside em Lagos, em maio do ano passado nasceu este festival que permitiu “dar a conhecer aos portugueses a riqueza e as cores da cultura ucraniana, da sua gastronomia, arte e vestuário popular”, referem Ninel e Anna Martyniuk, que integram a organização, numa entrevista por escrito. Com o apoio da Câmara Municipal de Lagos e de outras entidades locais, foi possível organizar tudo “num espaço de tempo muito curto”, continuam, tendo participado cerca de 3 mil pessoas, muitas das quais eram de nacionalidade ucraniana – tanto as que já residiam em Portugal há tempo, como as que vieram entretanto para o país para fugir à guerra.

Roman Grymalyuk, o fundador do festival

Com as receitas e os donativos recolhidos foi possível adquirir dois veículos para transportar feridos na Ucrânia que ajudaram a salvar “centenas de vidas”. Devido a este “sucesso”, para a edição deste ano, que decorrerá entre os dias 29 de junho e 2 de julho, decidiram alargar o número de dias de dois para quatro e preveem mais de 40 mil visitantes. O evento abrirá, às 19h, com uma teleconferência entre Portugal e Ucrânia, onde estarão presentes o presidente da Câmara Municipal de Lagos, Hugo Pereira, e o ministro da Cultura e da Política Digital da Ucrânia, Oleksandr Tkachenko.

No que diz respeito à programação, “preparámos um programa de concertos muito interessante com a participação de artistas ucranianos e portugueses, que será do interesse tanto dos fãs de música rock como de pop, etno, folk e jazz”, referem Ninel e Anna. Entre os grupos portugueses incluem-se vários com ligações a Monchique, como o DJ Justt, o Brisas do Sul e a Al-gharband, que traz nomes como Pedro Piteira, Jorge Carrilho e Svetlana Bakushina. Um dos pontos altos será a atuação conjunta de um artista de rock ucraniano, Oleh Skrypka, com a Orquestra Académica Nacional de Instrumentos Folclóricos da Ucrânia – NAONI.

A par da vertente musical, haverá atividades como tertúlias literárias, oficinas relacionadas com sustentabilidade, arte e música, uma instalação artística e uma zona especial para crianças, cujos jogos educativos e outras atividades ficarão ao cargo da Associação Poruch Portugal. Também será possível participar em eventos exclusivos, como uma “meditação rock” com Oleg Skrypka, um jantar de gala com a Orquestra NAONI e um sunset com Laura Marti.

Ao longo dos quatro dias, vários expositores marcarão presença com iguarias e artes locais, aos quais acrescem os tradicionais ucranianos. “Haverá uma Vila Típica”, diz a organização, onde será possível provar pratos tradicionais como o borsch, que foi inscrito na Lista do Património Imaterial da UNESCO, e adquirir produtos artesanais como joias e bonecas motanka. “Estamos a guardar uma surpresa para que se possa descobrir novas experiências culinárias durante o festival”, prometem.

Apoiar a Ucrânia

O grande objetivo do evento é ajudar o centro para veteranos da guerra na Ucrânia “Warmth of a Winged Soul”, que se localiza em Kolomyia, no oeste do país, e que foi fundado por Natalia Tarabalka, a mãe do falecido piloto Stepan Tarabalka que esteve na origem do mito do “super-herói vingador”. A fundadora marcará presença no festival, sendo que vários voluntários deste centro que presta apoio psicológico a militares e cidadãos ucranianos enviaram trabalhos artísticos para serem expostos no evento.

Para angariar donativos, a organização convida a participar numa caminhada solidária no dia 2 de julho e a adquirir rifas na sua lotaria (que tanto pode ser feito no site do festival como no local), contribuindo assim para uma boa causa. As rifas estão associadas a diferentes prémios, como, por exemplo, uma dormida para dois num hotel, um jantar gourmet num restaurante famoso, um partida de golfe ou minigolfe, uma excursão aventureira, uma aula de dança ou de yoga ou ainda um livro sobre a Ucrânia.

Com entrada livre, o recinto do festival, que se localiza na Praça do Infante e no Jardim da Constituição, abre às 19h no dia 29 de junho, às 13h no dia 30, às 19h30 a 1 de julho e às 13h no dia 2 (a caminhada está marcada para as 10h).

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