Visita pedagógica ao moinho de água do Poucochinho
«Metidos numa velha arca, desde que o António Seareiro os guardara para semente, os bagos de trigo tinham acabado por adormecer naquela escuridão de muitos meses, julgando talvez que estavam esquecidos ali e ficariam a apodrecer o resto da vida».
Começa assim A Vida Mágica da Sementinha, de Alves Redol, obra que os alunos estudam no 5.º ano e que serviu de pretexto para uma visita pedagógica ao Núcleo Museológico do Moinho de Água do Poucochinho, onde os alunos puderam perceber, de uma forma dinâmica e interativa, o ciclo do pão.
Os bagos que por ali havia não eram de trigo e não estavam adormecidos nas velhas e imponentes arcas da casa do moleiro. Pelo contrário, saltitavam no engenho de moagem, atropelando-se para entrarem nas mós, desejosos de se verem transformados em fina farinha amarelinha. Lá fora, perto da ribeira, o rodízio, impelido pela força da água, fazia rodar as mós num movimento certinho. E, a cada volta, a farinha crescia, crescia…
Na cozinha, alunos e professoras faziam fila para «meterem a mão na massa» e experimentarem a arte de tender. De cada par de mãos saiu um pequeno pão, que ficou a levedar, enquanto a lenha ardia no forno e os alunos aproveitavam a liberdade da natureza.
Quando a visita terminou, o pão ainda estava no forno (que teimara em aquecer) e os alunos partiram desanimados, mas com a garantia de que o pão chegaria antes da hora do almoço. E chegou!