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Travessia da Via Algarviana 2016

Foi com um grupo afoito de oito membros do BTT Monchique que iniciámos em Alcoutim, no passado dia treze de março, a travessia da Via Algarviana, que também cruza o nosso concelho.

Partimos de Alcoutim, com Espanha como pano de fundo e o Rio Guadiana mesmo ali à nossa beira, a pedalar pela serra algarvia, numa travessia que nos viria a ocupar quatro domingos.

Percorremos os quatro primeiros setores perfazendo cerca de setenta e cinco quilómetros, com passagem por Balurcos, Furnazinhas e Vaqueiros chegando a Cachopo por volta das quatro da tarde, onde e mesmo em cima da hora, nos arranjaram local para banho.

No setor final registámos mais uma passagem por Monchique, a nossa localidade homónima na outra ponta do Algarve.

Não tendo sido o dia mais difícil, uma parte do grupo chegou ao fim já com algumas mazelas e deu até para apanhar alguns pequenos escaldões.

Passada a Páscoa, retomámos no dia três de abril a nossa epopeia para percorrer mais quatro setores da Via Algarviana. Com o grupo reduzido a metade, partimos de Cachopo com um dos setores mais duros pela frente. Aqui experimentámos verdadeiramente a serra do Caldeirão e o seu sinuoso relevo.
Chegados a Barranco do Velho, os restantes três setores que nos levaram a passar por Salir e Alte foram menos exigentes. Terminámos esta segunda etapa em São Bartolomeu de Messines, com cerca de oitenta quilómetros percorridos, sendo muito bem recebidos no quartel dos Bombeiros Voluntários, onde tomámos banho.

Concluída a serra do Caldeirão, duas semanas depois, no dia dezassete de abril, já com um grupo mais composto de seis elementos, tivemos pela frente a nossa própria serra, que bem conhecemos e sabemos não ser fácil de percorrer.

A ligação São Bartolomeu de Messines-Silves deixou-nos algum cansaço acumulado para a etapa seguinte que nos trouxe de regresso a casa. Findos alguns momentos de descanso de que desfrutámos na Fonte Santa da Fornalha, seguimos sempre a subir até à Picota. Já em Monchique e refeitos da grande subida do dia continuámos até à Foia para terminarmos o dia em Marmelete.

Os pouco mais de setenta quilómetros que perfizemos nestes três setores foram dos mais duros que experimentámos.

O dia um de maio foi o dia marcado para finalizarmos os restantes três sectores que nos faltavam percorrer e fazer a ligação de Marmelete ao Cabo de São Vicente.

Novamente com um grupo de seis elementos esta etapa surgiu-nos como a mais fácil do todas, apesar de ter à volta de setenta e cinco quilómetros, com passagem por Bensafrim e Vila do Bispo, fizemo-la com “uma perna às costas”, comparativamente com a etapa anterior.

Nos cerca de trezentos quilómetros percorridos, divididos por quatro domingos, o meteorologia foi-nos sempre favorável e com maiores ou menores dificuldades, todos terminámos as etapas que iniciámos. Por sorte ou previdência não houve avarias, furos ou quedas.

Excelente foi também a boa disposição que sempre reinou, apesar das dificuldades que fomos sentindo mas ultrapassando. Este é um grupo de amigos no qual impera a camaradagem e do qual muito me orgulho.

Sendo professor, os meus alunos perguntam-me muitas vezes qual é o meu clube, ao que respondo sem hesitações “BTT Monchique”. Não é com certeza a resposta que esperariam, mas para mim é a que me faz mais sentido.

Embarcaram nesta aventura os camaradas André Encarnação, Eduardo Marques, João Gonçalves, Jorge Nunes, José Alves, Luís Baiona, Rafael António, Steve Wong, Vítor Gonçalves, Humberto Correia, como condutor no primeiro dia e João Gervásio nos restantes três dias. Um grande obrigado a estas duas grandes almas pela muita paciência que tiveram e pelo cuidado que nos dedicaram nestes quatro dias.

Deixo também uma palavra de apreço aos que não se puderam juntar a nós, que apesar de não estarem presentes, foram sempre recordados.

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