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Sudeste asiático 2015 – Parte III – Phnom Penh

Findos os dias em Battambang, segui até à capital Phnom Penh numa viagem noturna num autocarro com o ar condicionado que parecia estar no máximo.
Como capital asiática, Phnom Penh até é uma cidade de pequenas dimensões, com dois milhões de habitantes e em que os locais culturais mais importantes podem ser visitados a pé e encontram-se situados à beira do rio Tonlé Sap. É em Phnom Penh que este rio, proveniente do lago com o mesmo nome, se liga ao rio Mekong, nascido no longínquo planalto tibetano.
Aproveitei este primeiro dia na cidade, ainda que com pouco descanso, para percorrer uma grande parte das atrações de maior interesse, passeio interrompido já ao final da tarde por uma enorme chuvada, quando me deslocava para o Estádio Olímpico.
A cidade é propensa a inundações e este dia não foi exceção. Saí para ir jantar, rua fora, de calções e com água pelo joelho.
O dia seguinte amanheceu radioso tendo saído bem cedo rumo a Koh Dach, conhecida como Silk Island, que na realidade são um par de ilhas, ligadas por uma ponte, em pleno rio Mekong.
Com a habitual vestimenta de corrida decidi enfrentar mais um dia de muito calor, desta feita sem descurar o protetor solar.
Para atingir Koh Dach foi necessário percorrer ainda alguns quilómetros até encontrar o ferry para a ilha. Peculiar talvez apenas para mim, este velhinho ferry transporta para a ilha todo o tipo de veículos.
Transportou-me também para um local bem diferente da capital, muito mais rural, sem estradas asfaltadas e com um ritmo de vida bem mais simples e sossegado.
Fiz mais de seis horas de corrida até regressar à cidade. Como ainda me restavam algumas forças fui ao encontro de um grupo que se reúne ao domingo para correr.
Desta forma contactei pela primeira vez com uma Hash House Harriers e o seu grupo informal de membros. Existem centenas de Hash House Harriers por todo o mundo, em especial nas grandes cidades, que se reúnem para um jogo de orientação bastante interessante ou para apenas correr ou caminhar.
Pensava que iríamos correr pela cidade quando me vejo numa carrinha de caixa aberta em direção ao campo. Com o final da corrida veio o que caracteriza verdadeiramente este tipo de grupos, um salutar convívio na companhia de cerveja, com cânticos e rituais próprios, que se podem prolongar por bastante tempo.
Foi um dia pleno de atividade com duas fugas da azáfama da cidade e do seu tráfego que parece interminável, especialmente as motorizadas que circulam a uma velocidade considerável. A vida na cidade é também ela uma autêntica aventura, especialmente quando se tem de atravessar as ruas sem passadeiras ou semáforos. Este é um ato quase científico e que demora a aprender.
Se na vizinha Tailândia existem milhentas lojas de conveniência onde se pode comprar algo para um pequeno almoço mais ocidental, no Cambodja já não é assim e o pequeno-almoço é similar às restantes refeições. Foram muitas as vezes que comi arroz com carne grelhada logo de manhã.
O meu último dia na capital cambodjana foi mais tranquilo. Aproveitei para passear e visitar o Phsar Thmey, também conhecido como Central Market. Foi aqui que comprei aquilo que constitui a minha habitual e única recordação, um pin com a bandeira do país, para além das moedas que também costumo trazer.
À noite dei ainda mais uma passeata, desta feita, sem chuva.
Findos estes dias na turbulenta capital segui viagem para sul até Sihanoukville, cidade costeira do Golfo da Tailândia.

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