Sudeste asiático 2015 – Parte I – Amphawa e Angkor
Como há dois anos não consegui visitar o Cambodja, aproveitei a desculpa para regressar, mais uma vez, ao sudeste da Ásia. A simpatia e humildade das pessoas e as suas civilizações milenares exercem sobre mim um enorme fascínio.
Desta feita aterrei em Banguecoque no ano 2558. Mesmo já tendo estado nesta enorme metrópole ainda passei dois dias na cidade a ir a alguns locais que não tinha tido oportunidade de visitar anteriormente.
No meu último dia desta breve passagem pela Tailândia dirigi-me a Amphawa para visitar o seu mercado flutuante. Os cerca de setenta quilómetros que separam Banguecoque de Amphawa demoram bastante a percorrer, em especial se se viajar de comboio.
Em Ban Laem é necessário apanhar o ferry para trocar de comboio. Para minha surpresa a segunda parte da viagem foi feita de sorng (camioneta-taxi) pois a linha ferroviária encontrava-se em obras. Não me foi possível vislumbrar toda a azáfama da peculiar estação de Mae Klong, aparentemente desativada, que se encontra literalmente invadida pelo mercado local e que quando o comboio chega surge com ele uma rotina milimétrica de encolher toldos e mover caixotes.
Em Amphawa cruzei-me com um casal de portugueses com quem ainda estive um bom bocado. Morosa foi também a viagem de carrinha de regresso pelo tráfego inerente a uma cidade gigantesca como Banguecoque.
O comboio para o Cambodja partia bem cedo pelo que pernoitei na estação, inicialmente no seu exterior, tendo um polícia me levado para dentro, para evitar a presença de alguns cidadãos pouco recomendáveis que por ali também passavam a noite.
Na fronteira Aranya Prathet/Poiet abundam os esquemas para enganar até mesmo os turistas mais experientes. É necessário levar a lição bem estudada para não ser burlado. Tirando uma viagem de carrinha com um preço inflacionando, que terminou à porta de um hostel, ainda um pouco longe do centro de Siem Reap, tudo bem.
Com o passar do tempo desenvolvi uma espécie de imunidade a estas pequenas trafulhices e já não me irrito como outrora me acontecia. Fazem parte do dia-a-dia e há que saber conviver com elas.
Quem também saiu imediatamente a seguir a mim da carrinha e percorreu o restante caminho para o centro da cidade a pé, foi um rapaz russo de dezoito anos, natural de St. Petersburg que aqui tinha chegado sem viajar de avião e iria regressar da mesma forma.
Sendo já noite e com os quartos individuais dos hósteis mais baratos indisponíveis, acabámos por partilhar quarto.
O despertar do dia seguinte foi às cinco da manhã para ir visitar o complexo de templos de Angkor, que é, sem dúvida, a maior atração turística do Cambodja e que traz ao país milhões de visitantes anualmente.
Percorri a correr o pequeno e o grande circuito, visitando os principais templos do complexo com mais de quarenta quilómetros feitos. O maior obstáculo foi o calor, substituído a meio da tarde por uma enorme chuvada, quando já regressava à cidade.
Sem fugir à grandeza de Angkor Wat, o maior edifício religioso do mundo, à estranheza de Bayon ou ao invadido pela selva, Ta Phom, os três templos mais visitados, existem uma série de outros templos que merecem também atenção e que na sua totalidade tornam Angkor um dos locais ancestrais mais deslumbrantes do planeta.
Apreciando a sua extravagante beleza salta à vista o quão poderoso e próspero terá sido o império Khmer. Apesar do muito cansaço que já sentia e a vontade de regressar ao hostel para repousar, custa sempre virar costas a um local como este pensando que talvez não mais cá volte.r
Continua