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Sihanoukville, Kampot e Kep

Sudeste asiático 2015 – Parte IV

Tendo finalmente encontrado o Golfo da Tailândia, eis-me em Sihanoukville, cidade costeira com bastante turismo.

Foi tempo de descontração, já que a chuva, pelo menos no dia em que tencionava visitar as Kbal Chhay Cascades, não me permitiu fazê-lo, com aguaceiros fortes e frequentes, acompanhados de trovoada. Ainda assim permitiu-me algumas passeatas pela praia e um ou outro mergulho.

O meu próximo destino foi Kampot, cidade com bem menos gente e mesmo sem praia, muito agradável.
Aqui aproveitei para correr novamente e ir visitar uma cascata, bastante popular entre os locais, mas de difícil acesso. Seguramente neste dia, para além de mim, deve ter recebido pouquíssimos visitantes.

No regresso decidi abandonar a estrada asfaltada e seguir próximo da margem do rio, por estradas e caminhos rurais que serpenteiam os arrozais. Esta evasão permitiu-me um fugaz encontro com uma serpente de cor cinzenta que se atravessou no caminho por onde seguia. Na realidade eu é que me cruzei no seu caminho, já que o elemento estranho ali era eu. Este encontro recordou-me o quão próximo estava da selva e dos seus potenciais perigos.

Este foi um dia bem ao meu jeito, passado a correr na natureza, em locais de enorme beleza, por estradas lamacentas, para o tornar ainda mais agradável.

Abandonando Kampot, segui para Kep, pequena cidade costeira, com a sua praia a servir de mote a muitas visitas, especialmente nos fins de semana.

O seu pequeno parque nacional serviu de chamariz para dar mais uma corrida, desta feita em plena selva.

Ao entrar no parque, os sons da natureza envolvente eram de tal ordem que julguei se tratarem de uma gravação. Apesar de existirem trilhos abertos, a vegetação e o terreno escorregadio não permitiam grandes velocidades, como numa parte de um trilho aberto há pouco tempo, numa zona rochosa, que se sobe ou desce com a ajuda de cordas.

Com o aumentar da distância, a caminhada foi evoluindo para corrida e apesar do parque ser pequeno, permite fazer muitos quilómetros, pois tem muitos trilhos que se vão cruzando.

Estando já a anoitecer, regressei à cidade pela estrada principal, virando costas ao interior do parque. Pesou também na minha decisão a pouca vontade de voltar a passar por um chamado “jungle temple”, habitado por macacos, que se deslocam nas árvores mesmo por cima de por onde o trilho passa.

Conservo o meu respeito pela natureza e tento ter sempre presente que estando na presença de animais selvagens, por mais “simpáticos” que estes possam parecer, não deixam de ser selvagens. Este é um princípio que me norteia há muito tempo e mesmo encontrando animais que estejam habituados à presença humana, fujo sempre a uma abordagem.

Findo o tempo em Kep, terminou também a minha permanência no Cambodja. A me restarem apenas duas semanas de viagem, decidi seguir para o Vietnam, apesar de ter consciência de que não dispunha de muito tempo.

(Continua)

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