O Banana
Da bananeira nascem as bananas, mas é a banana que dá origem à palavra bananeira. Há imensas variedades de banana, sendo todas as bananeiras do género botânico Musa. Aí estará a razão por que Cavaco foi em busca de inspiração à Madeira, suspendendo a decisão de indigitar primeiro-ministro. Qualquer problema teria surgido com os vários cenários que já tinha estudado e para os quais tinha a solução na cabeça.
Lá chegado, teve uma surpresa: “Vocês agora têm uma banana maior”. Fiquei a pensar se esta apreciação teria sido feita à frente da estátua do Cristiano Ronaldo que, há tempos, tinha originado tal polémica que alguns observadores até compararam as dimensões do volume nos calções na estátua com as de fotografias do próprio.
Também há a hipótese de aquela frase ter sido, mais que uma constatação, um pedido de esclarecimento sobre o crescimento da banana, mesmo do fruto. Não fosse o Futre ter levado determinado produto para servir de adubo para as bananeiras…
Muita gente pensou que o Presidente, perante a grave crise de governação, se tinha deixado dormir à sombra da bananeira, mas não. É que as ilhas têm um efeito especial nele. Já o mesmo tinha acontecido com o sorriso das vacas dos Açores.
Cá regressado, mãos à obra. Para não se enganar, como já tinha acontecido com a segurança do BES, vai de ouvir outras opiniões. Esqueceu-se, porém, que tinha um conselho de estado ao dispor e desatou a ouvir alguns amigos da oligarquia dominante como de uma república das bananas se tratasse. Sem esquecer os banqueiros, que gostam de dinheiro como macacos por banana e com bastas provas dadas em gestão, ao ponto de nos terem deixado todos abananados.
Este entretém deu para o governo em gestão acabar a venda da TAP, com a garantia do Estado ficar com ela, e assumir as dívidas, se os compradores não pagarem aos bancos. Não que eles eram bananas. Só aqui é que bananeira que já deu cacho vai dando as vezes que quiserem.
Está provado que com bananas e bolos se enganam os tolos, como também nos aconteceu com a promessa de devolução de 35% da sobretaxa do IRS, que depois das eleições passou para zero.