Lavrar o Mar “retoma a lavoura” seis meses depois
O Lavrar o Mar está de regresso, depois de uma interrupção de seis meses devido à pandemia de covid-19. É com a “Retoma da Lavoura” que chegam aos concelhos de Monchique e Aljezur diversas performances e espetáculos.
A primeira proposta são as “Caminhadas com Arte” que, segundo a organização do Lavrar o Mar, são ”uma oportunidade para entrar em contacto com um grupo de especialistas, que nos vai oferecer os seus mundos, as suas ópticas, temáticas e áreas de conhecimento enquanto caminham com o seu pequeno grupo de pessoas do público por trilhos integrados em paisagens naturais vibrantes”. Previstas com dois momentos distintos – refletir e caminhar, estas caminhadas propõem 20 percursos com 21 oradores “que nos levarão a embarcar em viagens e a diferentes universos do saber” através da escrita, do jornalismo, da filosofia, da dança, do teatro, do cinema, do ambiente, entre muitas outras, “sem sairmos da Costa Vicentina e da Serra de Monchique”, promete a organização do evento.
Durante quatro horas, aproximadamente, os caminhantes vão “refletir sobre a ideia de fronteira; as vagas de imigração; a ideia de antropoceno; a forma de trabalhar e cuidar da terra; o impacto humano no meio ambiente; a cosmologia microbiana que nos rodeia; a ressonância, o silêncio, o afeto e o ritmo; como é impossível separar a natureza das histórias, a temperatura das palavras e o relevo da criação”.
As “Caminhadas com Arte” decorrem no dia 20 de setembro em Aljezur e no dia 27, em Monchique. A hora de início é as 10h30. A organização explica que “cada pessoa deverá, no ato da compra do bilhete, escolher o orador/caminho que pretende realizar, tendo em conta as particularidades de cada um (tema, grau de dificuldade, distância, duração, idioma)”. Os ingressos, com um custo único de 10€, podem ser adquiridos em www.lavraromar.pt, na Biblioteca Municipal “António da Silva Carriço”, em Monchique ou na Casa Lavrar o Mar, em Aljezur. A classificação do espetáculo é para maiores de 18 anos.
Logo de 2 a 4 de outubro a programação continua em Aljezur, com “Amrat Hussain Brothers Trio”, “um grupo de música sufi e clássica do norte da Índia oriundo do Rajastão. Além do concerto para o público em geral e do concerto para as famílias, haverá um laboratório destinado a músicos profissionais e amadores, onde se irá contactar com esta arte ancestral que tem vindo a ser transmitida ao longo de séculos, de geração em geração, abrindo um território de partilha onde a ponte é a música”.
O próximo palco é em Marmelete, no Lugar da Rocha, de 15 a 18 de outubro, com “Quando”, um espetáculo de “movimento, imagem e som que questiona e desenvolve as ideias de fronteira, respiração e de recomposição da terra. Uma ficção performativa em plena natureza que se cruza e se entrelaça com fragmentos puros e crus da vida real”. Trata-se de uma performance da responsabilidade de Madalena Victorino e convidados.
Esta primeira onda de programação termina com “5 Fábulas Para Não Adormecer” da companhia Caótica, de 6 a 15 de novembro, em Monchique e Aljezur. Trata-se de um espetáculo “a pensar nas crianças-heróis da situação atual. É inspirado em cinco dos sete pecados mortais” e “critica com humor a obsessão pelo poder, pelo dinheiro e pela competição, transformando os pecados da gula e da preguiça num belíssimo espetáculo de marionetas”.
Todos estes espetáculos respeitam e cumprem as diretivas e recomendações das autoridades de saúde, pelo que a organização alerta “para as especificidades de cada espetáculo individualmente, em termos de distanciamento social e prevenção de contágio, que deverão ser lidas, retidas e aplicadas com muita atenção”.