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Lavrar o Mar lança plataforma sobre projeto de inclusão social desenvolvido com migrantes de Odemira

A cooperativa Lavrar o Mar vai lançar BOWING DOC, uma plataforma digital que foi construída, com a orientação da Fundação Calouste Gulbenkian, para contar a história do projeto de integração e inclusão social por meio da arte, designado precisamente por BOWING e que foi desenvolvido, durante três anos, com a comunidade migrante de Odemira.

Por um lado, BOWING DOC surge como “forma de celebrar a memória partilhada” entre todos os participantes, destinando-se às “suas famílias do outro lado do mundo, artistas, técnicos, professores e todas as pessoas que entraram nesta viagem que foi o BOWING”, sublinha em comunicado a Lavrar o Mar. Por outro, continua a cooperativa, também é destinada à “Europa e, em particular, para Portugal, onde é cada vez mais urgente desenvolver a consciência, o conhecimento e a discussão sobre o fenómeno migratório que precisa de ser reconhecido e abordado”. Desta forma, BOWING DOC visa “transformar-se numa ferramenta de trabalho para todos os interessados nas temáticas da inclusão, arte e migração”.

Esta plataforma digital será lançada a partir de 20 de janeiro, e apresentada em Odemira (no Cineteatro Camacho Costa, no dia 20 de janeiro, pelas 18h00) e Lisboa (na Fundação Calouste Gulbenkian, a 27 de janeiro, pelas 14h30), duas sessões públicas performativas com entrada gratuita que contarão com a presença de um grupo de participantes asiáticos, da equipa que criou o website e ainda do Presidente da Câmara Municipal de Odemira. “Nestes encontros, BOWING DOC extravasará da internet, como se estivéssemos a viver de novo, e em directo, o próprio projecto BOWING. Haverá conversas sobre o que foi alcançado artisticamente, partilhas, projeção de imagens e filmes, que estarão disponíveis online; e música ao vivo que surgirá por entre o público”, explica a Lavrar o Mar.

Recorde-se que BOWING foi um projeto de integração e inclusão social através da arte que contou com o apoio da Fundação Calouste Gulbenkian, Fundação “la Caixa” e Câmara Municipal de Odemira, e que decorreu entre 2021 e 2023. Neste período, uma equipa coordenada por Madalena Victorino, em colaboração estreita com Matilde Real e Inês Melo Sousa, “tomou o território de Odemira como contexto para uma pesquisa em torno do poder transformador da arte na senda da integração e da inclusão de migrantes asiáticos a trabalhar nas empresas de agricultura intensiva, as conhecidas estufas”. A equipa trabalhou com mais de 200 migrantes, criando “laboratórios nas escolas, nas estufas e em espaços como a Junta de Freguesia de São Teotónio e o Mercado Municipal de Odemira para pôr em jogo propostas de arte participativa que contribuíam para a decifração e tradução do local e cultura onde todos os migrantes se encontram”, refere a Lavrar o Mar.

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