Lar de idosos de Marmelete aumenta oferta de serviços de ação social do concelho
O Lar de Idosos de Marmelete é uma das três valências do Centro de Dia daquela freguesia e a sua inauguração, que teve lugar no passado dia 20 de dezembro, representa para os seus responsáveis, «o culminar do trabalho e do sonho de muita gente».
A estrutura tem capacidade para 24 utentes, mas a entrada dos mesmos será feita de forma faseada, tendo em conta a autonomia dos utilizadores e a experiência dos funcionários. Os primeiros sete utentes darão entrada no lar já no dia 28 de dezembro, seguindo-se os restantes ao longo do mês de janeiro, os quais serão na sua maioria moradores da freguesia de Marmelete, de forma a dar cumprimento ao regulamento interno. Eleutério Torrado, presidente do Centro de Dia de Marmelete, esclarece que «os critérios estão bem definidos relativamente a isso, pois daremos sempre primazia às pessoas da nossa freguesia e só depois às da freguesia de Monchique ou dos concelhos limítrofes».
«Apesar de termos 24 camas, 19 são comparticipadas pela Segurança Social e cinco são privadas, que nada têm a ver com a área geográfica das pessoas, pelo que não há impedimento que elas sejam de outros concelhos. No entanto, a lei diz que dessas 19 camas, 15 são prioritariamente destinadas aos utentes da freguesia de Marmelete e que as restantes quatro devem estar disponíveis para a Segurança Social, que pode enviar para o lar pessoas de qualquer parte do país», acrescenta o dirigente.
Esta infraestrutura, cuja empreitada teve um custo de 813 mil euros, contou com o financiamento do Programa Operacional Potencial Humano (POPH) e da Câmara Municipal de Monchique (CMM), que no início das obras previa contribuir com 50%. Rui André, presidente da CMM, explica que «a situação foi reavaliada e até agora o município já comparticipou com cerca de 300 mil euros». Para além do apoio financeiro, a edilidade foi também a responsável «pelas obras envolventes ao edifício, nomeadamente o arruamento e uma via de acesso que não estava prevista no projeto inicial e que vai enriquecer a ligação e a mobilidade dentro da zona urbana», acrescenta o autarca.
A família Catalão tem alguma importância em Marmelete e é a partir dela que surge não só a infraestrutura como a designação do próprio edifício. O terreno onde o lar foi construído foi cedido à anterior direção do Centro de Dia de Marmelete pelos familiares de Maria de Melo Catalão, com as condições de que lá fosse feita uma estrutura desta natureza e que lhe fosse dado o nome daquela senhora. O Centro de Dia de Marmelete é a entidade gestora deste lar que a partir de agora vem ampliar a oferta dos serviços de ação social que a freguesia disponibilizava até então. Entre eles está a apoio domiciliário, que já existe há cerca de vinte anos e consiste, segundo Eleutério Torrado, «na entrega de comida a casa das pessoas, na higiene habitacional e na limpeza das roupas, entre outras coisas», assim como o Centro de Convívio, no qual as pessoas se dedicam a tarefas culturais e recreativas.
A terceira valência aparece agora com a inauguração desta estrutura residencial para idosos e significa para a sua direção «o final de um trabalho de alguns anos». Eleutério Torrado é natural de Marmelete e embora hoje apenas visite a freguesia com bastante regularidade, não esconde o orgulho por ver concluído um projeto que «apesar de moroso» foi concretizado com o empenhamento «de uma equipa fantástica que sempre batalhou e nunca desistiu das adversidades que foram surgindo».
Até ao momento já estão garantidos 14 postos de trabalhos, os quais são preenchidos na sua totalidade pelas pessoas das freguesias de Marmelete e Monchique que estejam desempregadas. «Nós temos que cumprir o rácio padronizado pela Segurança Social, em que por cada 20 utentes tem de haver um determinado número de funcionários, no entanto, eles também vão entrar de forma faseada, pois não faz sentido que nesta fase inicial, onde teremos sete ou oito utentes instalados, estejam todos os funcionários a trabalhar», acrescenta Eleutério Torrado.
O responsável pelo Centro de Dia de Marmelete considera ainda que «o lar de idosos é uma mais-valia para a freguesia a todos os níveis, pois vai garantir oferta de emprego e um certo desenvolvimento económico, por parte dos familiares que forem visitar os nossos utentes».
Essa também é a visão de Rui André, para quem «a construção de uma resposta social como esta é mais do que um equipamento que vai ao encontro das necessidades da população mais envelhecida e que carece deste tipo de cuidados». Sendo a freguesia de Marmelete um território de baixa densidade, a existência desta nova valência constitui «um pólo de dinamização, uma vez que, ao criar postos de trabalho, acaba por gerar naquela freguesia rural, algum movimento de forma a fixar pessoas e isso é muito importante», conclui o edil monchiquense.
Foto (DR): Descerrar da placa da inauguração. Na imagem, Rui André, presidente da Câmara Municipal de Monchique e Eleutério Torrado, presidente do Centro do Dia de Marmelete