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II Festival do Medronho de Monchique promove a internacionalização do produto

 

A vila de Monchique vai receber a 2.ª edição do Festival do Medronho no próximos dias 1 e 2 de abril no Heliporto Municipal, a partir das 11h, um certame «que pretende projetar o medronho além fronteiras como fruto versátil, apetecível e dinâmico» através de diversas iniciativas e criações que vão desde debates, exposições, concertos, showcookings, competições de barman’s, teatro nas destilarias, inserido no projeto Lavrar o Mar, e outras atividades culturais.
Em comunicado, a Câmara Municipal de Monchique (CMM) afirma que «este festival vem testemunhar a importância que o medronho tem na economia, no tecido social, na criação de oferta turística e, acima de tudo, na transmissão de tradições aliadas à perspetiva da modernização», admitindo que este evento pretende «elevar o talento humano na produção do medronho que acompanha gerações e eternizar costumes e tradições».
Por outro lado, acrescenta, «pretende-se chamar junto do medronho outros casos de sucesso, por isso farão parte desta edição empresas de outras áreas de atividade, que não a vinícola, mas cujas experiências possam ser interessantes para este mercado, não se tratando de um Festival do Medronho óbvio e puro» pois, para a CMM «é intenção proporcionar experiências de lazer, tendo como principal foco o medronho».
A entrada tem o custo de 3€ e dá direito a uma pulseira de livre acesso aos dois dias e a todas as atividades, provas de medronho e petiscos que se desenvolvam no seu interior do recinto.
Os promotores do Festival do Medronho são o Município de Monchique, em parceria com a APAGARBE – Associação de Produtores de Aguardente de Medronho do Barlavento Algarvio, a Confraria do Medronho e várias outras entidades.

Os debates do medronho
O Festival do Medronho vai ser palco de debates que incidem, este ano, em dois temas: «O que é português é bom! Da internacionalização do medronho e de outros produtos tradicionais/regionais» e «As boas ideias não têm idade, nem se gastam – da modernização dos produtos tradicionais como o medronho». O primeiro tema vai estar em discussão no sábado e o segundo, no domingo.
João Paulo Magalhães, da NKA e apresentador, e Alexandra Trindade, jornalista e moderadora, vão ser os responsáveis pelo debate no primeiro dia de festival que tem dois subtemas, nomeadamente, «Algarve Store & Business Online» e «Breve conversa sobre as várias experiências e projetos para internacionalização de produtos tradicionais/regionais». Conta com convidados como Álvaro Viegas, presidente da ACRAL,Tiago Cabral Ferreira, sócio-gerente da Conserveira de Lisboa, Paulo Monteiro, escanção do Supermercado Apolónia Almancil, formador e delegado regional da Associação Escanções de Portugal e José Paulo Nunes, presidente da APAGARBE.
No domingo, espera-se uma breve conversa sobre as várias experiências e projetos de modernização de produtos tradicionais, cujos intervenientes, sob moderação de Marta Aragão, formadora e marketeer, são José Conceição, vice-presidente da APROFIP, Associação dos Produtores de Figo da Índia, José Oliveira, diretor geral da AREAL, João Pedro Santos de Sousa, sócio-gerente da Quinta da Vida, Ana Eva Ferreira, gestora de projetos da agência SFC e Graça Batalim, Grã-Chanceler da Confraria do Medronho de Monchique.
A CMM pretende que sejam «conversas sobre as várias experiências e projetos de modernização e internacionalização de produtos tradicionais e regionais».
Enquanto a edição anterior deste certame «reuniu diversas entidades e especialistas conceituados com conhecimento científico e tecnológico, proporcionando momentos de discussão e reflexão em torno do medronho e nas suas múltiplas vertentes desde a produção, comercialização, consumo, distribuição e comunicação», a edição deste ano congrega «casos práticos e empresas de sucesso com projetos de modernização de produtos tradicionais e estratégias de internacionalização e comercialização interessantes», acrescenta o comunicado.
O lado saboroso e cultural do medronho
Durante os dois dias de certame o visitante pode esperar diversos momentos culturais e de degustação. Vão estar em destaque vários showcookings que vão ser dinamizados a nível internacional pela chef Valeria, através da apresentação de dois pratos típicos do seu país de origem, o Peru, proporcionando «uma união de sabores improváveis e comprovando a versatilidade do medronho»; a nível nacional pelo chef Emídio Concha de Almeida; a nível regional com a presença da Associação de Cozinheiros e Pasteleiros do Algarve e a nível local através da chef Augusta Gervásio.
Paralelamente, haverá doçaria tradicional reinventada, pelas pastelarias Ana Maria e Doce & Arte, degustação de doces e compotas de medronho nos Doces da Julinha, mostra de bombons de medronho, por Maria Aline Ramos e um lounge bar. Com isto, o medronho «não servirá apenas para embelezar, mas vai ser rei nestas criações que prometem ser um dos momentos altos do festival», adianta a CMM.
O lado mais lúdico e cultural estará a cargo de espetáculos de magia com Carlos Rivottic; de fado com Adriana Marques, acompanhada por Custódio Castelo e o João Chora; de stand up comedy, com Sandro Colaço e do Grupo de Cantares da Confraria do Medronho.
No recinto vai realizar-se ainda um concurso de rótulos das garrafas dos produtores de aguardente de medronho de Monchique presentes no festival, demonstrações do processo de destilação com alambique ao vivo, a exibição do documentário sobre a produção de Aguardente de Medronho, da responsabilidade da Casa do Medronho de Marmelete e vai estar patente uma exposição de todas as marcas de aguardente de medronho engarrafadas, em Monchique, desde os anos 40 até hoje».
Para além disto, haverá a apresentação do projeto «Terra», um trabalho discográfico, de carácter solidário, que surge na sequência dos incêndios de setembro de 2016, na serra de Monchique, que apresenta o lema «Um disco, uma árvore» e é o contributo da comunidade artística algarvia para esta causa ambiental. Esta apresentação será precedida de um concerto com duas bandas participantes no projeto: Helena Madeira (voz e harpa) e OrBlua (voz e percussão).
O festival recebe, ainda, uma exposição de aguardentes do mundo, nomeadamente, Arak, Líbano; Grappa, Itália; Kirsch, Alemanha; Genebra, Holanda e Bélgica; Soju, Coreias do Sul e do Norte; Poire, França; Pisco, Peru e Chile e Cachaça, Brasil.

Competição de Flair Bartending
O certame deste ano também vai estar marcado por uma competição de Flair Bartending, que vai contar com a participação de 12 bartenders.
O tema principal é o medronho, mas as bebidas apresentadas têm como objetivo «serem de fácil elaboração», de forma a que «qualquer pessoa ou estabelecimento como tabernas, cafés, bares ou restaurantes as possam fazer no futuro», esclarece Vitó Bartending, membro da organização desta atividade.
Esta competição já vai na sua 3.ª edição e «é de grande importância, pois é a única que é organizada fora do mundo dos bares e que tem associada apenas uma bebida, o medronho» dado que «não existe competição de flair no caso de licor beirão ou vinho do porto», explica.
As bebidas criadas serão analisadas primeiro pelo júri e depois serão oferecidas aos espetadores.
Os prémios a concurso são 250€ para o vencedor, 150€ para o segundo classificado e 100€ para o terceiro. Vão ser ainda premiados o Melhor Movimento Garrafa Shaker, com uma garrafa de medronho e o Melhor Pour Test, com uma garrafa de melosa.

Festival do Medronho fora de portas
Este ano o Festival do Medronho vai andar também pela serra de Monchique, através dos «Encontro Artísticos – teatro nas catedrais do medronho», pelo projeto Lavrar o Mar, e do VII Passeio TT Rota do Medronho.
Os «Encontro Artísticos – teatro nas catedrais do medronho», que têm a duração de 3h30, são roteiros teatrais para ir à descoberta dos rituais alquímicos da destilação do medronho, ouvindo histórias acompanhadas de deliciosos petiscos». O projeto assume «uma viagem guiada para descobrir as catedrais da transformação do medronho. Lugares agora habitados pelas histórias contadas ao ritmo de uma pequena refeição dividida em três encontros, entrada, prato e sobremesa».
Será, segundo a organização, «um carrossel de histórias, aromas e sabores para passear na serra de Monchique. Para aproveitar em pleno desta experiência».
Os textos a apresentar são da responsabilidade de Afonso Cruz e Sandro William Junqueira; os intérpretes e co-criadores são Estêvão Antunes, Leonor Cabral, Rita Rodrigues e João de Brito e a direção artísticas está a cargo de Giacomo Scalisi.
O VII Passeio TT Rota do Medronho decorre no dia 1 de abril.

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