Fogo “está mais calmo” na freguesia de Marmelete e não há casas em risco
O incêndio que começou em Odemira, no sábado, está “estabilizado, mas longe de estar dominado”, com “dois pontos críticos”, um a norte, na zona de Delfeira, e outro a sul, na zona de Monchique, segundo informou o comandante regional de Emergência e Proteção Civil do Alentejo, José Ribeiro, na última conferência de imprensa dada a partir do posto de comando em São Teotónio, onde deflagrou o fogo.
Horas depois de se ter alastrado para Odeceixe, no concelho de Aljezur, o fogo alcançou, ontem à noite, o sítio do Alcanforado, na freguesia de Marmelete, pelas várias projeções que progrediram em direção ao concelho de Monchique, segundo o presidente da Câmara Municipal de Monchique, Paulo Alves. Em declarações ao Jornal de Monchique, Paulo Alves refere que, durante a noite, foi feito “um forte trabalho com máquinas de arrasto, aproveitando a humidade noturna”, já não havendo chamas ativas, apenas algum fumo no ar. No entanto, ainda há uma “forte preocupação” na zona da Foz do Besteiro.
O presidente da Junta de Freguesia de Marmelete, Eleutério Torrado, também refere que o fogo “agora está mais calmo”, já não se vendo nenhum “clarão”, e que o vento se mantém favorável, de sul para o norte, havendo esperanças de que o trabalho dos bombeiros fique concluído até à tarde, antes de o vento mudar de direção.
Ontem, foram retiradas, por precaução, 18 pessoas das localidades do Besteiro, Passil e Arroio, tendo ficado alojadas na Zona de Atendimento à População criada previamente na Escola E.B. 2,3 Manuel do Nascimento. Paulo Alves diz que “não tem conhecimento de que existam casas em risco”, mas algumas pessoas ainda permanecem neste centro de apoio, estando a ser prestados todos os cuidados necessários. “Este dia vai ser decisivo para a consolidação deste incêndio”, afirma Paulo Alves.
Desde que deflagrou no sábado, em São Teotónio, o fogo já obrigou à retirada de 1438 pessoas, das quais cerca de 30 ainda estão nos dois centros de apoio criados no concelho em Odemira. Por volta de 40 pessoas tiveram de ser assistidas, muitas por inalação de fumo.
Segundo o comandante regional de Emergência e Proteção Civil do Alentejo, a redução da temperatura e do vento, assim como o aumento da humidade, verificados durante a noite ajudaram ao combate, mas, mesmo assim, o avanço na luta contra o fogo não correspondeu às expectativas dos bombeiros.
Se ontem a maior preocupação era proteger as povoações, hoje o foco será sobretudo o combate às chamas, disse ainda José Ribeiro, alertando que o “quadro meteorológico previsto para hoje é semelhante ao dia de ontem”. Pelas 10h estavam em terreno 847 operacionais, 282 viaturas e seis meios aéreos.