Costa Rica 2016: Libéria, Rincón de la Vieja e Santa Helena
Após me despedir de Bijagua, do Rio Celeste e da simpática família que geria o hostel onde fiquei hospedado, segui até Libéria, aproveitando para visitar a Catarata Llanos de Cortes que fica relativamente perto de autocarro, transporte que preferi usar em detrimento das minhas pernas.
Ao contrário de Bijagua, que tinha dois supermercados, Libéria é bem maior mas com muito pouco para ver, como a maior parte das cidades por onde tenho passado.
De forma a me aproximar do Parque Nacional Rincón de la Vieja, mudei-me para Curubandé onde acampei com a minha minúscula tenda.
A localidade é também ela minúscula tendo um só supermercado.
Iniciei a corrida do dia às seis da manhã para percorrer os dez quilómetros iniciais até à entrada do parque, tendo sido o primeiro aqui a dar entrada.
Ainda não tinham passado dez minutos já estava aos pontapés com um cão que teimou em me atacar. Ainda por cima, cada pontapé que lhe dava causava-me dores, não na alma pois eram merecidos, mas no meu pé direito que não estava a cem por cento.
A parte da manhã foi passada nos trilhos do setor Las Pailas a visitar as cataratas escondidas e a La Cangreja.
Este parque nacional é património da UNESCO e o seu vulcão permanece ativo, pelo que não se pode visitar a sua cratera. Ainda assim são numerosos os fenómenos vulcânicos que se podem observar no percurso, mesmo junto à entrada do parque. Há um pouco de tudo, vapor a sair das rochas, poças de água ou poças de lama a ferver.
Sem seguir as recomendações do guarda do parque, dirigi-me ao setor Santa Maria, aproveitando para um relaxante banho quente nas Termales que ficam de caminho. O receio do guarda era que não regressasse antes das quatro da tarde, hora de fecho do parque, ainda assim cheguei cerca de uma hora antes.
No regresso vislumbrei novamente o cão que me atacou de manhã, mas este nem se mexeu. Sorte a dele, pois vinha prevenido com o valente madeiro pronto a lhe ser quebrado no costado.
No dia seguinte rumei até Santa Helena, também muito visitado pelos turistas.
Aqui existem dois parques que se podem visitar, pagando, claro. Preferi ir até ao Cerro de los Amigos que fica entre estes, já que a vegetação é semelhante.
Acabei por me enfiar nos trilhos do Centro Científico Tropical, que são percorridos apenas pelos investigadores e a que se podem chamar tudo menos acessíveis. Nem sequer deveria aqui ter entrado, pois é proibido, mas por onde comecei não havia qualquer indicação.
Deveria ser uma indicação de bom censo face à natureza dos trilhos. É tudo uma questão de ponto de vista. Onde alguns veem algo insensato e perigoso eu vejo algo desafiante e seguro, se houver preparação e precaução. Com uma chuvada iminente deixei estes trilhos sem antes ser recompensado com o avistamento de alguns animais que até ao momento ainda não tinha observado.
O dia seguinte trouxe-me de volta a San Jose e mesmo chegando ao terminal rodoviário cerca de uma hora antes, já não havia lugares sentados pelo que as quatro horas e meia de viagem de volta à capital foram passadas em pé. Creio que os bilhetes são comprados por operadores turísticos, com alguma antecedência, não restando depois lugares sentados para os clientes de última hora.
Fiquei em San Jose mais um dia para ao final de tarde seguir para o aeroporto, passando lá a noite, bem descansadinho com a “cama” feita junto às escadas rolantes que não me conseguiram tirar o sono. Foi um casal que dormia perto que me acordou já que não ouvi o alarme que tinha ligado.