Cores e religião. Em nome de Deus… Uma só cor de sangue
O racismo é um crime contra a humanidade. Sofre de asco em relação a uma cor de pele? Foi assim que lhe ensinaram. Porque nascemos sem o gene do ódio, preconceito ou raiva contra cores de pele. Foi ensinado através da religião. Façamos então uma pequena volta pela História já que nos dias que correm ainda corre sangue por causa da cor da pele.
Na África do Sul, os Calvinistas – fugindo de perseguições religiosas na Europa – fizeram a sua interpretação da bíblia, e, num certo verso interpretaram uma linha. A linha que separa uns seres humanos de outros seres humanos. Interpretaram à maneira humana de sua conveniência e usaram-na para criar o horror humano chamado “Apartheid”.
Assim nasceu na África do Sul e no Zimbabwe(ex Rodésia) – por parte dos brancos que se consideram superiores ao seu vizinho/irmão preto– este regime social transformado em lei e mais tarde combatida pelos terroristas Steve Biko, Nelson Mandela, entre muitos.
Mesmo tendo terminado na letra da lei, o apartheid – separação ou segregação – ainda se mantém, porque para estes – os afrikanders calvinistas – a bíblia é a lei mais sagrada.
Nos Estados Unidos da América, os brancos europeus invasores/emigrantes fugidos de perseguições religiosas, munidos com a sua bíblia numa mão e o Colt noutra, mataram todos os índios que conseguiram, roubaram-lhes as terras, assentaram praça e prometeram nunca se misturar com povos “inferiores”, depois de lida a linha da bíblia que dizem eles, fala de separação entre os homens.
O movimento kkk – os tais homens superiores ao seu vizinho/irmão chocolate de leite (mulatos), chocolate preto, com nozes (índios e mexicanos), ou amêndoas (asiáticos) – interpretou o seu livro sagrado como contendo a indicação de que são superiores e deverão viver separados. Foi vê-los matar sem piedade todos os homens transformados em escravos que ousavam ter nascido pretos. Combatidos por Malcom X, MLK, Rosa Parkes, Harriet Tubman entre muitos, estes morreram sem nunca entender esta separação. Fez com que se viesse a desenvolver o ódio contrário.
Os povos europeus (começando pelos Portugueses) fizeram-se aos mares e descobriram o mundo, colonizaram, catequizaram entregando bíblias, criando separação e segregação.
Os maus vão para o inferno, nós somos os salvadores bons, pregavam aos “ inferiores” pretos que tinham as suas próprias crenças e foram proibidos de as usar.
Para além das matanças e dos roubos de terras aos povos autóctones fizeram uma “justa” separação, como “bons leitores e intérpretes” da bíblia: a escravatura humana. O mundo desenvolvia-se…Entre outros lugares foi assim e ainda é no Brasil traduzindo-se ainda hoje naquilo que é uma incompreensão.
Como factos históricos sabemos que a religião fez condenar homens à crucificação por não serem da mesma religião. A religião fez queimar mulheres, acusadas de bruxaria. A religião fez condenar milhões de judeus, pretos, ciganos, deficientes no Holocausto. A religião – fanatismo religioso – separa países e fomenta o terrorismo. A religião condena à morte, fazendo da Jihad – guerra contra os infiéis – o seu braço armado. O seu livro corão assim o professa, dizem… Cruzadas, Intifada, Reconquista Cristã…num eterno ciclo vicioso de separação. Sempre a religião, em nome de Deus, deuses, profetas. Sempre pela mão dos homens.
Não é difícil chegar à conclusão de que a religião mata e separa. E lava os cérebros. Cruzadas, Intifadas e Ismos de base religiosa ou homens de má-fé fizeram-me sempre acreditar que Deus foi inventado. Por suspeição fazem-me interpretar as acções desta gente de uma qualquer religião, como sendo acções de gente desconseguida de capacidades cognitivas. Desprovida de coração. Por isso morrerei livre de qualquer religião.
Há ainda dúvidas sobre as razões do racismo no presente e no passado? Toda a História da Humanidade me faz acreditar que no dia em que a religião morrer é o dia em que o amor vai nascer.
(Texto escrito ao abrigo do antigo Acordo Ortográfico)