“Black lives matter” – As vidas das pessoas de pele preta importam
Toda a família está sentada à mesa de jantar. O pai serve dois filhos e deixa o terceiro sem comida no prato.
Este filho manifesta-se “ eu devo receber a minha porção de comida”.
Também, dizemos nós! Lógico não é? O que diriam vocês?
É este o sentido da frase “black lives matter” (as vidas dos pretos importam).
Substituir a primeira por “ todas as vidas importam” é negar a existência de um problema, que é o do filho que fica sem a sua igual porção para jantar.
Por isso importa resolver apenas e em primeiro lugar a vida dele, porque foi tratada de forma desigual. Os outros não têm esse problema pois nunca receberam esse tratamento.
Sempre lhes foi servido o jantar.
Porque fazemos aos outros o que não gostaríamos que nos fizessem?
Desde o princípio dos tempos, quando Nações começaram a explorar os recursos, riquezas e a colonizar mundos “novos” (onde já viviam e cresciam outros povos) para alimentar as suas necessidades de poder, domínio, conquista e ganância que a máxima “todas as vidas importam” não é respeitada e a injustiça passou a ser o centro da vida. Vindos da grande massa de cor branca, os privilegiados. Factos históricos.
Índios, aborígenes, pretos, indianos, ciganos, romanis, latinos, ou seja, todos os que fogem à arianidade, foram sempre vidas consideradas inferiores e tratadas de acordo com esta filosofia de violência.
Por esta razão todas as chamadas minorias, enquanto forem tratadas como minorias e inferiores, importam mais que a minoria de privilegiados.
No dia em que a justiça acontecer (…?) e todos forem tratados de forma igual, então sim deixa de fazer sentido chamar a atenção de umas vidas sobre as outras. Todas importarão por igual.
Repito: Somos um!
Este é o poder que fará tremer sempre os que temem esta união. Todas as vidas importam. Quando todos se importarem com todas as vidas.
Quando as vidas privilegiadas se importarem com as demais. Enquanto a cultura da morte e do desprezo for a cultura da vida, importa importar-mo-nos pelos que não são considerados vidas importantes.
Educar para a paz é educar em igualdade de direitos e oportunidades com justiça, sem competição e em solidariedade.
Não sendo este o sentido que damos à nossa existência e à dos nossos filhos, nem os povos alienígenas se vão importar com o planeta dos parasitas que vivem a sugar a vida uns dos outros.
Todas as vidas importam!
Quando as vidas dos pretos também forem importantes.