«Ajuda Monchique» alerta para perigo de exclusão de vítimas dos incêndios devido burocracia
A Plataforma Ajuda Monchique (PAM) alertou hoje, através de um comunicado, para «os testemunhos preocupantes sobre as dificuldades vividas pelas populações afetadas no incêndio de agosto de 2018». Os voluntários relatam «alguns dos desafios reais identificados», tal como o «perigo de exclusão».
De acordo com a PAM, há «um grande número de pessoas que foram gravemente afetadas pelos incêndios e que não se encontram contempladas nos programas de apoios governamentais, em áreas essenciais como no acesso à habitação, água potável, energia, meios de rendimento, entre outros».
Quanto às «ferramentas disponíveis», esta plataforma de voluntários sublinha que estas «são as certas para apoiar a nossa comunidade, e se não deveria haver mecanismos de resposta mais adequados e, sobretudo, mais rápidos».
As vítimas dos incêndios têm-se deparado com diversas dificuldades, tais como a falta de informação disponível, assim como não haver um certificado que identifique as vítimas enquanto tal, «que possibilitaria, por exemplo, a obtenção gratuita de documentos perdidos ou a ativação de seguros. Estes documentos são legalmente necessários para qualquer processo de candidatura a programas de apoio governamental», explica.
A PAM alerta, ainda, que «muitas são as vítimas que sobrevivem do RSI, com pequenas reformas, sem apoios familiares e que sofreram perdas causadas pelo incêndio».
«Continua a faltar informação oficial, centralizada e acessível a indicar – onde, como, quando e com que critérios estão disponíveis os apoios oficiais. A ausência de uma metodologia publicada oficialmente com critérios claros e transparentes, tem impedido muitas pessoas afectadas pelos incêndios de acederem a estes mesmos apoios», previnem os voluntários de Monchique.
Os voluntários da plataforma afirmam que «este cenário tem desmotivado as vítimas dos incêndios e levado algumas ao desespero, dado que a PAM tem recebido muitas queixas e o feedback geral é que a maior parte das pessoas que, de facto, perderam o seu potencial produtivo não pretendem continuar com a candidatura, se o processo burocrático permanecer o mesmo».
Boa noite sou um de muitos afectados pela calamidade.Há duas semanas que caminho para Finanças Conservatória Ministério da Agricultura e sempre faltava alguma coisa.Estava desiludido e cansado incluindo alguém da família visto que são herança e moro em Faro.Só hoje consegui fazer a candidatura.Não sei se chegaremos a receber alguma coisa,mas desistir nunca foi o meu lema.Só cumprindo todas as exigências poderemos no fim saber se valeu o esforço e trabalho que tivemos.