A Volta
Atravessamos tempos difíceis e inseguros. Volta não volta, lá vem um ataque bárbaro da Al Qaeda ou do Daesh. Um dos últimos foi no Burkina Faso, o antigo Alto Volta.
No dia 18 de fevereiro vai chegar à Foia a Volta ao Algarve em bicicleta. Mas a mais conhecida é a Volta a Portugal, que costuma ser anual. Contudo, neste mês de janeiro foram uma data delas juntas, protagonizadas por outro tipo de ciclistas, que se fartaram de pedalar, os candidatos a presidente. Com o povo mais ou menos às voltas para saber qual seria o melhor.
Houve um que partiu logo em vantagem, pois já tinha feito um aquecimento na televisão durante vários anos. Os treinos e as táticas que ensaiou durante esse tempo levaram a que grande parte dos observadores previsse que ele fosse ganhar. E ganhou logo à primeira volta, com grande vantagem sobre o pelotão dos seguidores. Sempre à frente em todas as etapas, de norte a sul, fosse em montanha ou nas planícies alentejanas. Um autêntico contrarrelógio, sem se preocupar com os outros, com os ataques que os outros tentavam desferir. Tal a sua capacidade e confiança, que os outros pareciam vir de pasteleira.
De vez em quando a televisão mostrava a sua descontração a comer uma bucha com a assistência, ou a beber um copito. Às perguntas do que iria fazer quando chegasse à meta, moita-carrasco. Nem pévia, não abria o jogo. Mesmo assim, o público continuava a acreditar nele.
Parece elétrico, o raio do homem, para aguentar uma volta destas. Parece que tem pilhas, não fosse o Volta, o Alexandre, o inventor da pilha elétrica.
Em boa hora vem substituir outro já com fraca voltagem, com as pilhas mesmo em baixo. Vai de volta, e esperamos que com ele o tempo da austeridade.
Antes de ser eleito já tinha usado uma instituição pública, a Faculdade de Direito de Lisboa, como sede de campanha e depois de eleito ficou com direito a estacionar em lugar reservado a deficientes e a conduzir sem cinto. Cuidado, não lhe caiam as calças.
Seja como for, temos aí mais uma volta, mais um corrida .