A Mesa
O tema hoje escolhido para sobre ele refletirmos, embora o possa parecer, não tem a ver com os últimos episódios da novela sportinguista, nomeadamente quanto à legitimidade da Mesa da Assembleia Geral e do alegado poder de nomear uma comissão que suspendeu Bruno da Carvalho. Nem nos importa discutir o tipo e formato da mesa à volta da qual foi tomada essa decisão: se de madeira, se de vidro, se de pedra, se retangular, se quadrada, se oval, ou mesmo redonda, à laia da Távola Redonda do tempo do rei Artur, para que sugerisse a igualdade entre os participantes na reunião, por não ter cabeceira. Mesa de cabeceira, diferente de mesa com cabeceira, já é outro tipo de móvel que se coloca junto de quem se deita a dormir e, na circunstância, deixa afundar-se um dos grandes clubes portugueses.
Vamos, antes, debruçar-nos sobre outra mesa, sem pendedelas de sono, mas apelidada de maravilha. Por todo o país há candidaturas às 7 maravilhas e Monchique não podia deixar de concorrer, apresentando a sua maravilha de mesa.
Como acontece em muitos concursos, também aqui poderão surgir plágios como supostamente Lagoa apresenta Lulas Cheias, até com o alerta de não serem Lulas Recheadas, mas não como as nossas, com arroz, que já em 1982 Maria de Lourdes Modesto apresentava, na sua Cozinha Tradicional Portuguesa, como originárias de Monchique.
Enquanto a generalidade dos concelhos é representada por um restaurante ou por vários, apresentando cada um um prato da sua especialidade, a Câmara de Monchique optou por uma coisa caseira, bem mais caseira, por uma variedade de iguarias confecionadas pela sua própria vereadora. Bastante original.
À parte o egocentrismo à Bruno de Carvalho, o interesse deste tipo de concurso é a divulgação do património e das tradições de modo a captar mais visitantes. O problema surgirá depois, quando alguém queira deliciar-se com as maravilhas gastronómicas apresentadas, aonde dirigir-se? A não ser que a Câmara abra um restaurante com o nome “A Menza da Vereadora”.