A Fonte
A importância de uma fonte é evidente, porque dela brota a água e a água é fonte de vida. Vai daí, por causa da abundância de água é que o brasão de Monchique tem uma fonte e a cor verde, que heraldicamente também simboliza a água.
As fontes podem ter várias formas, umas naturais e outras mais ou menos adaptadas pelo homem. Em Bruxelas até há uma em forma de pilinha de menino. Normalmente, quando não estão secas, deitam água, tirando o caso da fonte de vinho que o Vasco Santana provocou com um furo na parede. Muitas das suas localizações são aprazíveis, quer dizer que dão prazer, e tomam o nome de fonte dos amores. O ambiente bucólico isso propicia, até aos passarinhos. Então, próximo dos conventos, porque aí os amores são proibidos, designam-se por fonte dos passarinhos.
O problema é se se escorrega na fonte ou se, por tanta vez lá se ir, se parte a cantarinha. Que a Leonor pela verdura não irá segura. Desagradáveis também são os impostos que se descontam logo na fonte (como se houvesse impostos agradáveis…)
Na serra era tradicional fazerem-se fontes a partir de minas, enquanto no litoral a captação de águas se faz por cisternas e por noras, que são umas geringonças que herdámos dos árabes. Há ainda os poços, mas aqui a coisa complica-se. Há poços que passam a fontes, mas que já eram fontes antes de lhes porem o nome de poços, e que depois os voltaram a chamar de fontes. As más-línguas até chegaram a envolver um presidente que tinha nascido na Fonte (não só água nasce na fonte) em polémicas de inventada promoção de poço a fonte. Mas coisa ligeira, nada que se compare com a revolta da Maria da Fonte, que a Maria não é da Fonte.
Agora, que o presidente da Fonte está a deixar de presidir, acabaram com a fonte, a fonte a que tinham chamado poço quando era conhecida por fonte, mesmo sendo um poço.
Poça!… Lá foi a fonte por água abaixo.