Entrevistas sobre o filme «Medronho todos os dias»
Entrevista Fernando António
(Produtor de medronho)
«Sinto-me em casa quando estou a ver aquela parte noturna do filme»
O filme está muito bem conseguido e demonstra, muito bem, o processo de fazer aguardente e a austeridade da serra de Monchique.
Tem pormenores muito interessantes como o trabalho solitário e de paciência do destilador ou a apanha que é feita em terrenos muito acidentados.
Gostei muito da parte do convívio, das histórias contadas e dos diálogos que se passam nas destilarias. No entanto, o que mais me impressionou foram os silêncios, à noite. Sinto-me em casa quando estou a ver aquela parte noturna do filme. O piar da cruz, a falta de movimento dos carros… Nós estamos nas profundezas da serra, na parte agreste, distante..
Superou as minhas expetativas, todavia o filme não vai ensinar a quem não sabe, a fazer medronho. Dá uma ideia superficial , porque não faz uma sequência. Não tem um sucessão lógica que leve a pessoa a identificar como se faz todo o processo…
Entrevista em vídeo AQUI.
Entrevista Orlando Pincho
(Produtor de medronho)
«As pessoas não sabem o trabalho que aquilo dá»
Gostei do filme, mas achei que deveria ter sido mais esclarecedor.
A parte que gostei mais foi a do princípio, a do nevoeiro com o barulho dos passarinhos a cantarem.
A imagem que me ficou foi a da destilaria. No entanto, a apanha também é interessante,a apesar de não se ver pouco o fruto.
Acho que o filme para quem não conhece é engraçado . Fica com uma pequena ideia do que se passa . A parte da destila não é muito esclarecedora para quem não conhece. As pessoas não sabem o trabalho que aquilo dá e como se fazem as coisas. E o filme não mostrou bem essa parte.
[No final, a parte do convívio, de beber o medronho] fica sempre bem e é sempre bom em cima de uma boa refeição.
Entrevista Vítor Abel
(Consumidor e apreciador de medronho)
«Muito mais haverá para dizer sobre o medronho, mas estão lá as cenas básicas»
Gostei do filme e a minha opinião é muito positiva. Ainda bem que alguém teve a feliz lembrança de fazer um filme sobre um dos produtos mais marcantes deste concelho.
Muito mais haverá para dizer sobre o medronho, mas estão lá as cenas básicas .Talvez se tivesse outra disposição fosse mais elucidativo. Por exemplo, o filme começa com uma destila e aqui, para nós, isso é o fim do processo.
Gostei também da [naturalidade] das pessoas , parecia que não sabiam que estavam a ser filmadas.
O medronho é para mim das poucas bebidas que até hoje não se alterou no fabrico. Faz-se agora com as mesmas técnicas que se fazia há séculos, apesar de estar muito mais apurado. Creio que quando consumido com moderação, não fará mal a ninguém. E é das poucas bebidas que conheço, ou talvez mesmo a única, que de uma ponta à outra do processo não leva qualquer químico. Transparece isso logo pela a apanha…[o medronheiro] é criado num meio completamente selvagem.
Entrevista em vídeo AQUI.