Na contagem das favas

Até há pouco tempo, levando em linha de conta o que a generalidade da população tem sofrido com a austeridade, muito boa gente considerava a vitória do PS nas eleições como favas contadas. Porém, as diversas sondagens ultimamente divulgadas apontam, segundo os especialistas, para um empate técnico, com alguma tendência a favor da coligação PSD/CDS. Isso será prova de que a mensagem desta tem chegado bem aos eleitores.
Até ao ato eleitoral irão os diversos partidos ainda afinar estratégias e ajustar os discursos com o intuito de convencer os indecisos que, segundo ainda as mesmas sondagens, são em percentagem relativamente elevada. Não é fácil, dadas estas condições, prognosticar o vencedor e ainda menos quem poderá constituir o novo governo, até porque, como diz o povo, até ao lavar dos cestos é vindima.
Parece que a situação está mais ou menos bipolarizada, simplificadamente entre a continuidade deste governo e a sua substituição. Apesar do vencedor provavelmente não vir a arrecadar a maioria dos votos, a aplicação do método de Hondt para a atribuição do número de deputados poderá assegurar uma maioria absoluta no parlamento que facilite uma estabilidade governativa.
Todavia, tudo aponta, à semelhança de eleições anteriores, para que a abstenção tenha mais apoiantes que qualquer força em disputa. Situação que será adversa ao objetivo da democracia, da governação em nome da maioria.
Torna-se, por isso, desejável que cada cidadão ponha de lado os seus eventuais ressentimentos para com o sistema político e vote, use o direito que nem sempre lhe foi reconhecido e expresse da forma que entender a sua vontade, no respeito por si próprio e pela sua comunidade.

 

 

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